quinta-feira, 10 de abril de 2014

Limite dos desejos



Se seus incríveis alcances chegam ao infinito,
E ultrapassam os mais altaneiros obstáculos,
Esmorecem, contudo, ante o frágil contradito,
Os seus sutis e insignificantes sustentáculos.

Bastam olhares enviesados,
Ou meneios desconfiados,
Que na solidez emperram,
E no desânimo se enterram.

Se os mais intensos e vibrantes,
Miram encontros aconchegantes,
Porque vacilam, por tão pouco,
E empalidecem como amouco?

Bastam as subjetivas procelas,
Para desanimá-los nas querelas,
E subsumir suas virtualidades,
Com todas as potencialidades.

Por moverem-se nos rumos,
Dos mui distintos aprumos,
Encontram na contrariedade,
Obstáculos à vasta saciedade.

Quando se cruzam com outros desejos,
Não conseguem ajustar seus remelexos,
E já desandam para o desvio das rotas,
No intento de escapulir das derrotas.

Frágeis, e, ao mesmo tempo vigorosos,
Temperam os intentos mais rigorosos,
E acalantam outros novos alentos,

No vasto mundo dos portentos.

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