terça-feira, 8 de abril de 2014

Festas



Antigas na humana condição,
Constituíram as muitas festas,
Estupenda fonte de gratidão,
E de mui animadas serestas.

Quando a memória de conquistas,
E das árduas e sôfregas superações,
Eram festejadas com gratas revistas,
Deixavam exuberantes os corações!

Surgiu a imponência do mercado,
Que estabeleceu a lei da vantagem,
E impôs às festas um novo legado,
Sem memória e sem camaradagem.

Na avidez do lucro avantajado,
Estimulação se deu ao vendável,
Que, ao engolir o homenageado,
Centralizou o lucro e o agradável.

Muitas festas se tornaram expressão,
Da hegemonia dos espertos falastrões,
Que, ao custearem minguada refeição,
Exigiam servis e atreladas submissões.

Outros descobriram nos inúmeros bares,
E nos restaurantes espalhados em profusão,
Possibilidades de festejar, distante dos lares,
Para amenizar vazio, desconforto e solidão.

Poucas festas sobrevivem em nossos dias,
Capazes de reavivar as lutas e conquistas,
Em meio a belas e envolventes melodias,
Com transbordamento para novas pistas.

O sofrimento passado, ao ser integrado,
Reporta para outras condições possíveis,
Em que os processos do agir fracassado,

Integram o rol dos atos mais plausíveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...