José e sua
esposa Joana iam caminhando pela rua e comentando a respeito das casas e suas
ornamentações coloridas. Quando se deram conta, estavam na frente da casa
paroquial e o padre estava ajeitando algumas flores do seu vistoso e belo
jardim.
O padre
saudou-os com cordialidade, e eles, um tanto atrapalhados, não sabiam o que
conversar com o padre. Joana tomou a iniciativa e lhe disse:
- Nós somos católicos muito praticantes e gostamos de
participar das celebrações. José, para não ficar sem dizer nada, acrescentou:
- Também seguimos religiosamente as recomendações relativas a
jejum nas sextas-feiras santas, e não comemos carne nestes dias, só salame!
O padre, já
menos cordial, chegou perto do José, colocou a mão sobre o seu ombro e disse:
- Meu senhor, isso é pecado, é coisa grave. Esta confissão de
fraqueza requer uma penitência bem pesada. Vou oferecer-lhe duas alternativas:
ou fazer uma doação de duzentos reais para a Igreja, ou me trazer uma carroçada
de lenha rachada para o fogão.
José pensou
um pouco e lhe respondeu: acho mais em conta trazer-lhe uma carroçada de lenha.
Combinaram o dia e a hora.
José, levou a carroçada de lenha na
quinta-feira, no clarear do dia. Quando estava recolhendo o resto das lascas
para descarrega-las, veio o padre e conferiu a madeira e soltou logo sua
reclamação:
- Combinamos uma carroçada de lenha, mas isto aqui, que você
trouxe, é praticamente só cipó!
José repetiu
o gesto do padre, chegou do lado dele e colocou a mão sobre seus ombros e
falou: se cipó não é madeira, linguiça também não é carne.
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