Possibilidade de sonhar acordado,
Faz entrever o mundo torporizado,
A atrofiar cada dia mais o humano,
E a impor ritmo repetitivo e insano.
Não valoriza o saber de criatividade,
Nem sonho para gostar da atividade,
Mas, olhar focado e cego no objeto,
A forjar o sujeito mecânico e abjeto.
Tudo gira em torno das sondagens,
Dos espaços aéreos e suas aragens,
Até subterrâneos dos rios e mares,
Para explorar fortuna para altares.
Amplia-se, a cada dia, a estreiteza,
De controlar com arguta esperteza,
Agir de seres quietos dependentes,
A decair em sentimentos aparentes.
A palavra autoritária de velho
chavão,
Veiculada em midiática
procrastinação,
Foca os lucros e vultosos
rendimentos,
Que passam distantes dos sentimentos.
Nada que vise a profundidade da vida,
A mina preciosa largamente preterida,
Que é um oceano de rica
interioridade,
Nada explorado para mais humanidade.
Esta atrofia do genuinamente humano,
Faz da vida um lamentável desengano:
Praga de largo e desenfreado ecocídio,
E, progressiva num absurdo genocídio.
Convém que muitos tirem os antolhos,
Dos cegados olhares sem os dordolhos,
Para que visualizem o outro
horizonte,
Do profundamente humano vergonte.
O caminho a ser buscado e delineado,
Está para além do cotidiano traçado,
E consistirá na sondagem da riqueza,
Do mundo interior com sua inteireza.
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