Preâmbulo
A organização da vida moderna está
sendo engendrada em torno do trabalho. Assim, até o ócio ficou atrelado ao
quadro referencial da atividade produtiva. Como o trabalho é pensado para um
ciclo da vida, o antes e o depois, permitem a suposição de que possam ser de
muito ócio.
No entanto, é possível separar o ócio do mundo
do trabalho? E quem tem todo o seu tempo como tempo livre, geralmente
aborrecedor – como é o caso de tantos aposentados – podem eles vivenciar mais
ócio? Não necessariamente, dado que o ócio ficou delimitado ao campo do consumo.
Assim, o ócio pode revelar-se altamente alienante e manipulador para interesses
e fins econômicos.
O ócio, entendido como um fim, abre
uma perspectiva importante para ser assimilado, não como gratificação pelo
trabalho e nem, tampouco, com qualquer tipo de ocupação pessoal ou a induzida
por organizadores para o tempo posterior ao período de trabalho. Poderá
envolver uma postura por qualidade de vida, não somente na dimensão pessoal, individualista
e de desfrute, mas, de corresponsabilidade pelo bem-estar do entorno e que
contribui para a elevação da vida social e cultural.
Nossa abordagem é constituída por uma
pequena reflexão sobre o tema, aquém dos rigores acadêmicos, porquanto existe
uma infinidade de informações eruditas sobre o assunto. Pretende, tão somente,
constituir-se em noção introdutória a um aspecto relevante do tema, que é o de ócio
não ser assimilado estritamente pela capacidade de consumo. Neste alargamento
de informações, o leitor poderá encontrar alguma motivação importante para as
atividades cotidianas.
1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE
O CONCEITO DE ÓCIO
Muito já foi dito e escrito sobre o
ócio, e, desde muito tempo. Conforme mudanças culturais se efetuam, o conceito de
ócio vai adquirindo outras conotações, e, desta diferenciação, nasce a grande
dificuldade de se abordar o assunto. Assimila-se o ócio sob qual pressuposto
cultural? Seria mera preguiça e indolência, ou algo restrito ao tempo livre? É
a mesma coisa que lazer e passatempo? E como se relaciona ócio com trabalho?
A definição pode estar atrelada a
ideologias diversas e a óticas de diferentes áreas do conhecimento, tais como Pedagogia,
Filosofia, Antropologia, Psicologia, Ética, e, até da Geografia. Muda também,
de uma sociedade para outra, a conceituação mais comum, e mais aceita sobre o ócio.
Para um índio, ócio não representa a mesma coisa que representa para um
empresário capitalista.
Ainda outro elemento que ajuda a embrulhar
mais a definição de ócio está ligada aos contextos culturais, como o da
sociedade industrial. Se por exemplo, pensarmos sob o quadro pós-industrial,
poderia esta imensidão humana pensar em ócio, quando sequer consegue acesso ao
trabalho, tão ardorosamente valorizado pela sociedade industrial e que
restringe ócio ao tempo livre não relacionado ao trabalho?[1]
1.1 – Origem do conceito “ócio”
Dada à grande polissemia de
significados atribuída à palavra ócio, não se consegue afirmar categoricamente
quando começou, sobretudo, pelas muitas possibilidades de conceituação
diferente. Positivamente, pode significar, estudo, escola, discipulado, leveza,
tranquilidade e paz. Nas apreciações negativas da palavra, pode significar
lentidão, inatividade, dolência, demora, indecisão, etc. De forma geral, a
origem da aplicação do termo ócio se reporta ao período clássico grego e
romano.
“Para o mundo grego o ócio era consubstancial à condição de cidadão e ao
exercício da política. O trabalho era atividade
vinculada à escravidão e, as atividades políticas, entre as quais se encontram
o exercício físico e o treinamento destinado a formar parte do exército, não
eram considerados trabalho. Resulta especialmente interessante descobrir que a
palavra que os gregos utilizavam para designar o ócio, deu lugar ao vocábulo
latino ‘escola’ (schola,ae), que, enquanto ócio consagrado ao estudo, acabaria
dando nome ao lugar onde se estudava”.[2]
Tanto no mundo helênico, quanto no
romano, o que hoje entendemos por ócio, era pensado para mínima parcela da
população. Mais tarde, na sociedade feudal, a produção de bens era escassa e
não supria as necessidades sociais.
“A sociedade feudal que chegou até quase nossos dias, como sociedade
estamental, viveu submetida a crises periódicas de produção e manutenção
(fomes, pragas, epidemias, etc.), incapaz de criar grandes excedentes para lhe
permitir vislumbrar o futuro com certa segurança, porque o valor do trabalho
dominava todos os espaços físicos e temporais nos quais os indivíduos se
desenvolviam nas ditas sociedades”.[3]
Por isso, a emergência da sociedade
industrial, que instaurou o sistema de classes, no lugar da sociedade
estamental, ensejou um nível de excedentes suficiente, até mesmo para cruzar os
ciclos de crises. Desde as primeiras fábricas até as avançadas tecnologias dos
dias atuais, incrementou-se extraordinariamente a produção. Neste fenômeno, o
pano de fundo da segunda guerra mundial, por exemplo, pode ser visto sob um
aspecto, como um desejo de ajuste da acumulação dos bens produzidos, o que
também acabou proporcionando horário maior para o tempo livre.
Naturalmente, a maior produção de bens estava
a requerer maior capacidade de consumo. E, na medida que as necessidades
básicas de alimentação vinham sendo supridas, abriu-se espaço no tempo, para
outras atividades, sobretudo, de consumo e recreação. Todo o contexto não
delineado do tempo livre ajudou a interferir e a dificultar uma assimilação
consensual para o ócio. No entanto, algumas balizas se afiguraram como
importantes: quanto ao tempo que se manifesta o ócio; quanto à atitude da
pessoa que vive o ócio; e, da atividade que é considerada ócio.
1.2 – Conotações do termo “ócio”
A palavra “ócio” vem sendo usada para
enormidade de situações diferentes: poderia ser algo para todos os humanos, ou
somente para alguns, ou para certas faixas de idade? Muitas pessoas relacionam
o ócio ao trabalho; outras, o enquadram no modo de ocupar o tempo livre, e,
outros ainda, o delimitam a estado de espírito. Dali decorre mais uma
implicância: que condições econômicas são necessárias para o ócio?
Desfruta de larga aceitação a
definição do sociólogo francês Jofre Dumazedier, para quem o ócio é “um conjunto de ocupações, às quais o
indivíduo se entrega livremente seja para descansar, para divertir-se ou para
desenvolver sua formação desinteressada, sua participação voluntária ou sua
livre capacidade criadora, depois de ter cumprido suas obrigações profissionais,
familiares e sociais”[4]
Numa perspectiva parecida,
encontra-se a definição do Dicionário da Língua Espanhola de 1992, que
apresenta quatro acepções para a palavra ócio: cessação do trabalho,
inatividade ou total omissão de atividade; tempo livre de uma pessoa; diversão
e ocupação repousada (descanso de outras tarefas); atividade inteligente, fora
das principais ocupações.[5]
Decorre, destas ponderações, uma
primeira inquietação: ócio é algo somente para tempo livre, ou fora do
trabalho?
Percebe-se, de imediato, que um
pressuposto se torna evidente: a principal atividade é a do trabalho. Então,
ócio fica enquadrado aos momentos de lazer, folga, passatempo e ocupações de
tempo livre. Geralmente, ócio é assimilado como mero sinônimo para o que se faz
depois do trabalho. Equivale ao oposto do trabalho, ou mesmo ao modo como se
preenche este tempo para que se possa trabalhar melhor e com mais motivação. É
nesta dimensão que se situa o entendimento comum das férias. Nesta direção, o
ócio equivale a uma atitude pessoal para que o tempo fora do trabalho não
prejudique as boas condições para o trabalho.
Na perspectiva de boa ocupação do
tempo, fora do horário de trabalho, o ócio dependeria da liberdade de
encantar-se e de contemplar algo que ajude a alargar a experiência de
auto-realização, para tornar-se mais vibrante na execução e no rendimento do
trabalho.
Vivenciamos ainda velhos resquícios
do tempo clássico, tanto grego quanto romano. Na Grécia o ócio significava
contemplação criadora para uma vida oposta à do trabalho. Trabalho era pensado
para escravo e pobre. Para os romanos, ócio constituía sinônimo de descanso
para o corpo e recreação do espírito, a fim de poder dedicar-se melhor ao
trabalho e ao serviço público.
Da noção grega, Aristóteles situava o
ócio num âmbito independente do trabalho, da produção e da utilidade, e o
enquadrava no campo vinculado ao desenvolvimento pessoal e da busca da
felicidade por pessoas e comunidades. Esta capacidade auto-superadora permitiria
assimilar o ócio como não atrelado e nem confinado ao tempo livre, mas, à busca
de felicidade.
Atualmente o sentido mais comum
atribuído ao ócio é o de diversão, desenvolvimento, lazer, e, este equivale a
turismo e recreação. No entanto, persistem ainda noções negativas sobre o ócio:
“A palavra ócio resguarda valores
negativos apregoados pela influência religiosa puritana, pela própria história
da industrialização e da modernização brasileira, ao longo da qual se pode
observar, claramente, o surgimento de uma nova ordem entre empresários e
empregados, operários e patrões e necessidade de controle social no tempo fora
do trabalho, para garantir a ordem numa sociedade elitista, herdeira de valores
colonialistas”.[6]
Bem sabemos como a revolução
industrial centralizou o trabalho e incutiu no sujeito moderno sua dependência
ao trabalho. A atividade lúdica antes da revolução industrial tinha vínculo
estreito com os cultos, as tradições e as festas. O lazer sequer existia por si
mesmo, e, até o trabalho envolvia ludicidade e prazer criativo. Isto trouxe
enormes dificuldades para que grupos humanos se adaptassem à organização da
produção industrial.
Embora o ócio seja tão antigo quanto
o trabalho, o efeito da revolução industrial o enquadrou no tempo livre. Diante
da exploração do capital, mais tempo livre representou uma conquista, mas,
paulatinamente foi sendo separado trabalho, e, tempo livre para lazer e
múltiplas atividades não vinculadas ao tempo de trabalho. Segundo Requixa, este
tempo de lazer recebeu, aqui no Brasil, a forte influência do sociólogo francês
Dumazedier, como algo pessoal para o bom aproveitamento pós-trabalho.
Portanto, lazer ficou restrito à margem das
obrigações sociais. E o ócio, através da revolução industrial, passou a ser
entendido - pelo contrário da noção do ócio grego, - como sendo o causador de todos os vícios. Em
contrapartida, o trabalho foi enaltecido como fonte de virtudes. Algo que se
evidencia como suporte do ócio, deixa transparecer que “em nossa sociedade pós-industrial e tecnológica o ócio é um importante
pilar de desenvolvimento que se relaciona cada vez mais com mais força a
conceitos como progresso, bem-estar e qualidade de vida”.[7]
Por isso, o assunto prossegue
polêmico em nossos dias. E um agravante a mais para a conceituação de ócio está
relacionado ao processo manipulador que relaciona ócio ao processo consumista,
através da criação de necessidades materiais, pois, se alguém consegue muito
dinheiro, destaca-se como superior aos outros.
1.3 – Delimitação de significado
Em razão do que desejamos enfatizar
em nossa reflexão, deixaremos de lado a associação do ócio ao tempo livre e
tudo quanto isto implica em termos pedagógicos, educacionais ou de técnicas
para motivar ocupações fora do horário de trabalho. Se entendemos que o tempo
livre e o ócio fazem parte de um mesmo fenômeno, deixamos de perceber que sua
natureza pode ser bem distinta.
Ademais, conceituar o tempo livre,
pode trazer equívocos devido o adjetivo “livre”. O tempo pós-trabalho é
realmente livre? Do que se está livre nestes momentos posteriores ao trabalho?
Diante da concepção moderna do trabalho, subjaz um caráter impositivo, além de
implicar em questões relacionadas ao mapeamento do tempo, que acaba
estabelecendo pressão para atividades tão intensas quanto aquelas do horário de
trabalho, já extenuantes pelo excesso de ação.
Antes do tempo moderno e industrial,
a consideração do tempo livre podia ser equivalente a ócio, mas, atualmente
parece estar numa posição contrária:
O trabalho livre, a partir do seu viés industrial dá passo também ao
surgimento da compreensão do lazer, que passa a ser concebido como uma
atividade que tem sua base ancorada na existência de um tempo livre, fomentado
e reconhecido legalmente e que poderia ser exercido autonomamente pelos
trabalhadores, tendo por base sua condição sócio-econômica e seus valores
sociais”.[8]
Ocorre que o lazer fica submisso ao
valor da atividade. Enquanto que no ócio não há conotação de atividade que
persiga outro fim, pois o ócio traz, em si, a razão do seu fim, e isto não se
concilia com um conceito determinista do tempo. Convém, pois, que se relacione
a questão que envolve ócio e a velocidade do tempo.
2 – TEMPO, ESPAÇO E VELOCIDADE
O sociólogo italiano, Domênico de Masi,
diz que somos os seres mais lentos do planeta, se comparamos as possibilidades
do corpo humano com a velocidade máxima de carros, trens, aviões, foguetes,
mísseis (de velocidades supersônicas).[9]
Os humanos conquistaram lentamente a
condição de deslocar-se com maior velocidade. Mesmo assim, até poucos séculos
atrás, a velocidade máxima era a do cavalo, e, se alguém quisesse ir de Paris a
Roma levava algumas semanas andando a pé; já a cavalo, levava apenas uma
semana. Pensar nisso, nos interpela: seríamos hoje capazes de suportar aquela
lentidão? Atualmente, este mesmo trajeto é feito em poucas horas.
Como a velocidade é apreciada e
adorada, as pessoas vivem a queixar-se da falta de tempo, até mesmo para
eventual atividade não atrelada ao trabalho.
Domênico de Masi ilustra tal noção
com a significação de epidemia, que procede de ‘epidemos” (o dia em que deus
chega à cidade) atormentada pela velocidade: “antes que o coronavírus chegasse à cidade do homem, a cidade atingida
pela mosca da velocidade, produzia cada vez mais rápido para consumir e
consumia cada vez mais rápido para produzir.[10]
Um cacique indígena da Ilha de Samoa,
teria feito, no início do século passado, uma viagem pela Europa e observou
algo muito peculiar e estranho desta gente branca que visualizou por todo lado: “correm desesperados como se estivessem
possuídos pelo demônio e, por onde passam, levam a desgraça e o pavor por terem
perdido o seu tempo. Essa loucura é um estado horrível, uma doença que não há
remédio que cure, que contagia muita gente e leva à ruína”.[11]
A sociedade industrial levou a um
aceleramento fora do comum, tanto nas velocidades de deslocamento, - quanto nos
ritmos de vida das pessoas, - a tal ponto que a maioria das pessoas se sente em
ritmo frenético e turbulento de atividades; e apresenta reais dificuldades para
vivenciar um ritmo mais lento. Para um eventual ritmo de vida mais lento,
grande parte das pessoas teria que ser treinada por período prolongado. No
entanto, menos obsessão pela pressa na vida, com certeza, seria algo benéfico à
condição humana, especialmente, para livrá-la da obstinação pelo trabalho e
pela hiper-aceleração das atividades. Crianças muito pequenas, já se revelam
hiperativas e não permitem sossego por onde andam.
No contexto desta aceleração das
atividades, também o tema do ócio, passou a ser entendido dentro do parâmetro
das atividades econômicas, e representa uma necessária exigência que requer TV,
esporte, cultura, viagens, férias, música, distração e espetáculo. Neste
quadro, o ser humano se torna um grande e agitado espectador de realidades
irreais, produzidas para entretê-lo. Desta forma, o tempo chamado de ‘livre’,
já não é mais para cada indivíduo fazer o que quer; e, ócio virou sinônimo de
consumo ou de alienação fora do tempo de trabalho regular. Basta conferir o
quanto de tempo as pessoas passam mexendo no celular a qualquer hora do dia.
Toda a ocupação do tempo livre está
colonizada pelo consumo e, portanto, vem alienando as pessoas de fazer o que
elas livremente gostariam de fazer. O que poderia permitir uma experiência de
ócio, já está apropriado por calendários, programas, ocupações, agendas e
atividades de quem se vale deste tempo, para haurir rendas e lucros, como
hotéis, praias, viagens, turismo, academias, e tantos outros meios. Não
obstante, a paisagem urbana mostra a convivência de antigos hábitos e de
costumes, os mais variados, de lugares distantes e distintos, e mistura tudo
isso nas vitrines, junto com invenções velhas e novas, em meio a uma frenética
ciranda de reprodução e acumulação:
“Subsistem conversas de botequim, o almoço do domingo, o circo
tradicional, o salão de dança do bairro, a festa junina, a folia de reis, o
futebol de várzea, a brincadeira de peão, o soltar pipa, a roda de samba, o
churrasco depois do mutirão, o passeio e o namoro na praça, etc., embora
avancem também a prática da ginástica de academia, o espetáculo esportivo, os
grandes shows de música, a audiência da TV, a locação de fitas de vídeo, o
acesso à internet, as viagens de turismo, os passeios no shopping, os jogos
eletrônicos, as pistas de caminhada, o esporte de aventura, o domingo no parque
temático”.[12]
A este quadro, ainda se pode
acrescentar a chamada “cultura das saídas”, com pacotes de saídas para todo
tipo de gosto, com fast-food, com self-service, e com muito “mix” de ofertas
associadas entre hotéis, restaurantes e pontos turísticos. Embora este mundo de
possibilidades se torne cada dia mais visível, já não visa mais o cidadão ou a
cidadã, mas, somente um contribuinte e consumidor. O sistema movedor destas
incontáveis ofertas, por um lado, exclui, mas, ao mesmo tempo, inclui; porém,
de modo precarizado e subalterno.
“Sem perspectivas fora da vida implacável e selvagem da competição e do
consumismo, resta ao sujeito contabilizar a quantidade de dor e prazer que
acompanha na caminhada rumo ao ‘salve-se quem puder’ do individualismo que
contamina o ‘pedaço’”.[13]
Percebe-se, pois, que o tempo e o
espaço, como categorias que estabelecem um tempo para trabalho, e, nestes
processos, a sociedade se estrutura e dá significados a tudo quanto se produz. “No Brasil, os princípios positivistas que
influenciaram o nascer da república, reforçaram o mito da racionalidade
iluminista e destacaram a educação como um poderoso instrumento de reprodução e
adestramento sociais. Este contexto estreitou relações entre o Estado
republicano, a escola e o modo do trabalho capitalista, influenciando a incorporação
da recreação ao cotidiano brasileiro”.[14] Deste modo, a história humana vem
construindo e desconstruindo a noção do tempo. Para Santo Agostinho de Hipona,
por exemplo, o tempo era assimilado como um dom divino, não controlável pelos
humanos.
Já na Idade Média, a Igreja entendia
o tempo como um processo linear que se direcionava para um fim específico: o
tempo novo inaugurado por Jesus Cristo. E, sob esta perspectiva, foi
sacralizado o tempo natural, cíclico, cotidiano, ligado a ritmos da natureza
como as estações, os fenômenos físicos e a interferência dos astros. A sucessão
do conjunto destes movimentos foi assimilada como mediação para a causa de
Jesus Cristo. Bastava ver que a sequência de dias estava relacionada à noção da
criação do universo em seis dias. Como Deus teria descansado no sétimo dia, o
domingo ficou identificado como dia de descanso.
Nos dias atuais o mapeamento do tempo,
cada vez mais acelerado para produzir e render ao máximo, faz com que haja
outra valoração do tempo: é o do trabalho, do social, do organizacional, o dos
eventos sociais e o dos pequenos grupos de associação. Impôs-se uma hierarquia
valorativa em que o topo é o do trabalho; que é buscado, e, para que este topo
se mantenha estável, pelo menos durante oito horas diárias, as outras dezesseis
também acabam divididas em sub-tempos para refeições, lidas domésticas, repouso
e tempo para entretenimento. Até se indica que as 24 horas de um dia sejam
divididas em três partes: oito para trabalho; oito para lazer; e, mais oito
para refeições e sono.[15]
Sob este mapeamento, o ócio acaba
enquadrado como algo possível para um dos tempos, que é o do lazer. Isso, no entanto,
rouba a condição essencial da liberdade para que possa ser ócio. Ademais, este
ócio depende de uma decisão racional, ou depende das decisões do mercado? Ócio procede,
certamente, de outro âmbito do que o daquele que se reserva ao período de tempo
livre. Na verdade, ócio deve impregnar não apenas o tempo livre, mas, todo o
tempo, e também o do trabalho.
Diante de um modelo de ocupação e
preenchimento do tempo que idolatra o trabalho e a competitividade, tudo quanto
é atribuído ao ócio, acaba repercutindo em certo desconforto e mal-estar. Por
isso, Domênico de Masi indica o sentido teleológico do ócio e convida a uma
postura libertadora da ideia tradicional de trabalho, visto como obrigatório (e
o que dizer daqueles que não tem acesso ao trabalho?). Faz-se necessário, pelo
menos, sonhar com uma possibilidade que permita um sistema de atividades, em
que o trabalho possa inteirar-se com o tempo livre e as atividades nele
desenvolvidas. Seria, por conseguinte, um ócio criativo.
O referido sociólogo italiano teve,
em longa parte de sua vida, uma agitação frenética de extraordinária atividade.
Por longas décadas dormia no máximo quatro horas por noite, e, o resto do tempo
era preenchido com aulas, palestras, entrevistas e muita atividade acelerada.
Chegou a adoecer por causa desta hiperatividade, pois, sentia literal
incapacidade de negar algum pedido ou convite.
De repente constatou e reconheceu que tal
limitação se devia à infância pobre, e a precoce morte do pai. Da longa
overdose trabalhista, a reflexão o levou a constatar os infinitos absurdos e
que causaram angústia devido a um tipo de organização de trabalho nas empresas.
Diante disso, não viu solução na indolência ou
vadiagem, mas, intuiu a possibilidade do ócio criativo. Lembrava um texto do
Evangelho de Mateus, que convidava a olhar os lírios do campo que não tecem e
nem fiam... e, que a questão não era tanto trabalhar e ficar vago: muitas
coisas mecânicas podem ser delegadas às máquinas, para deixar mais tempo para
coisas apreciadas como atividade cerebral e criativa.
Quando uma atividade é criativa, sem
o atrelamento ao ter que render e produzir ao máximo no trabalho, permite-se
uma unidade no que está separado: atividade criativa, lúdica, e, de
aprendizado. Ele entende tal síntese como “ócio criativo”.
Historicamente a espécie humana já
teria passado por estágios ascendentes, como os da atividade física à
intelectual; da intelectual repetitiva para a criativa; e do trabalho labutado,
bem distinto do tempo livre, para o ócio criativo, que funde trabalho, estudo e
jogo.
Então ócio já não pode ser pensado
como um tempo liberado, porque tal noção é sequela da concepção industrial: “A sociedade industrial fez com que milhões
de pessoas trabalhassem só com o corpo, sem liberdade de expressar-se pela
mente”. (Movimento de mãos e pés, sem cabeça).[16]
Requer-se uma outra liberdade em
relação à da sociedade industrial, porque, então, os operários se salvavam do
tédio, pensando em brigas, ou em namorados (as). No entanto, persistem hábitos
advindos de longo tempo da fase industrial, que ainda levarão tempo razoável
para serem relegados (é mais fácil perder o trono do que o hábito). Afinal,
vale à pena estudar 15 ou 20 anos num ritmo intenso, para depois trabalhar 30
anos e fazer pouco ou nada antes de morrer? E como o sistema capitalista se
move pelo baluarte eterno de que tudo deve levar a crescimento, vive, cada dia
mais, a contingência de que falta tempo.
Masi salienta que: “Não é tanto do trabalho que nasce a
civilização: ela nasce do tempo livre e do jogo”.[17]
O atual confinamento devido à
COVID-19, nos acorda para o espaço que falta no âmbito da casa. Os poucos
segundos para ir de uma parede para outra, toda a frenética velocidade perdeu
seu status de valor: “A pausa não é mais
um luxo, e só quem possui o dom da lentidão, pode ser salvar com a ajuda de
sabedoria, mantendo-se equidistante da paranoia das idas e vindas lotadas e da
depressão da solidão sedentária”.[18]
Já na antiga Grécia, Aristóteles
debochava da vida dos comerciantes devido à sua vida sem pausas. “Agora, na sociedade industrial, aceleramos
tantos os nossos ritmos de vida a ponto de considerarmos lentos aqueles
guerreiros e aqueles comerciantes que pareciam frenéticos aos gregos. Mas,
depois, chegou o coronavírus exterminador e nos prendeu a meses de súbita e
inevitável lentidão. Nada de trens, nada de aviões”.[19]
Assim a imensidão humana de
atarefados, já acostumados a exercer turbulentas atividades materiais, vê-se
forçada a pensar o tempo integral e o cultivo da lentidão para lidar com as
recalcitrâncias subjetivas e interiores. E, lentidão, tanto quanto o ócio,
constituem assuntos estranhos, e, que requerem treinamento a fim de que a
serenidade possa propiciar um espírito criativo.
“A reclusão e a calma impostas pelo vírus nos forçam a exercitar aquela
reflexão que a convulsiva sociedade secularizada nos fizeram desaprender e que
agora se revela aos nossos olhos e nos obriga a admitir a diferença entre o
necessário e o supérfluo, consistente e fútil, adulto e pueril. Quanto mais o
olhar se acalma, mais sentido ele capta nas coisas que vê, e que, antes, às
pressas ficavam indiferentes. Assim, aquelas ideias, aqueles objetos finalmente
dotados de sentido oferecem ao nosso pensamento mais espaço para relaxar porque
somente a lentidão é capaz de nos fazer captar e amar até mesmo as coisas
mínimas”.[20]
O ócio depende do como valorizamos o
tempo integral e do sentido que lhe damos. Portanto, é mais do que prática
ociosa, com descanso, férias, diversão e espetáculo.
3 – DO ÓCIO COMO “PRÁTICA OCUPACIONAL”
AO “ÓCIO VALIOSO”
Existe praticamente um consenso de
que ócio, em nossos dias, seja equivalente a descanso, férias, diversões e
espetáculos. Esta identificação já arraigada no imaginário coletivo, ignora, e,
passa à margem de outra dimensão mais ampla de entendimento do ócio.
Manuel Cuenca Cabeza[21]
ao justificar o ócio valioso, salienta três outras concepções de ócio para
melhor delinear o específico sentido do ócio valioso: ócio; ócio autotélico; e
ócio humanista.
a) Prática sem compromisso - Um conceito de ócio bastante consensual
equivale à noção relativa do que é feito de modo livre e sem finalidade
utilitarista. Faz-se algo simplesmente pelo desfrute e pela realização pessoal
que proporciona. Significa mais um tempo, do que atividade pessoal ou
comunitária, executado a partir de motivações e vontade correspondente.
Por isso, já não se pressupõe a noção
do ócio como descanso, ou tempo disponível depois do trabalho, mas, em passar
um tempo em uma ocupação livre e gostosa. Quando se entende o ócio como prática
de atividades, acaba-se inserindo-o num grande negócio internacional, que
apresenta planos cada dia mais audazes e massivos para entretenimentos sociais,
favoráveis a interesses econômicos e comerciais.
A preocupação pelo bem-estar na
sociedade afetou intensamente a noção do ócio, criando uma pressão obrigatória
para mais atividades ocupacionais e, por isso, proliferam centros esportivos,
culturais, museus, lugares de turismo, de férias, de passa-tempo: “Desgraçadamente todas essas bondades, que
favoreceram e ampliaram a vivência do ócio, não tem sido para todos e nem para
todos os lugares”.[22]
E como o ócio predominante a nível
mundial é o do consumo, significa assimilá-lo na dimensão passiva e atrelada à
capacidade organizadora de pessoas espertas para grandes negócios, porque
constitui um ócio eminentemente atrelado ao rendimento econômico.
Assim, a diversão de aparente
ausência de compromisso com nada, pode constituir uma alienação induzida pelo
grande processo de consumismo.
b) O ócio autotélico - implica
em processo consciente de desenvolvimento. Por isso, pressupõe, como suporte, a
livre escolha, o fim em si mesmo (autotelismo) e uma sensação gratificante.
É um entendimento de ócio na dimensão
lúdica, sensível ao ambiente ecológico, criativo, festivo e solidário.
Distingue-se, pois, das práticas recreativas. E valoriza a ocupação, mais do
que a satisfação. Consiste também em aprofundar uma experiência e uma postura
positiva em função do que se faz. Portanto, foge, do campo de consumo, de
educação, de ociosidade e de negócio, porque, neste horizonte, o ócio depende
de outros interesses, e, assim se torna um processo alienador de quem
supostamente pratica atividades assimiladas como ócio.
As cidades andam cheias de
padronizações para a massificação das pessoas. Os estádios, por exemplo,
destinam-se a um tipo específico de consumidores e os mobiliza em torno da
imagem e da fama de certos ídolos, mais produzidos do que reais. E ainda se
estimula intensamente a vinculação do consumidor à fama da celebridade. Com
muita facilidade o uso social das mediações de ócio vem sendo impostos de fora
para dentro, a partir de indivíduos e de grupos que arrastam a coletividade. Simultaneamente,
constitui uma diversão que despersonaliza tanto quanto o trabalho.
Quando Aristóteles se referia à
“eudaimonia”, ele supunha condição que produz felicidade e o ‘bem viver’, como
muitos falam hoje. Felicidade, mais do que satisfação, abarca autonomia,
auto-aceitação, e, até mesmo a sensação de vitalidade. É, portanto, um
entendimento que remete para o sentido da vida, e o aprimoramento humano (muito
mais do que diversão e descanso). Assim, Aristóteles já dissociava o ócio do
trabalho, porquanto seria viável apenas para uma pessoa livre. Em razão desta
condição, o ócio não poderia resultar de causas, mas, deveria ser efetuado numa
perspectiva gratuita que amadurece a pessoa e a torna mais genuína no que é.
c) Ócio humanista - é aquele que sustenta a dignidade da pessoa.
Trata-se de um ócio positivo que tem a virtualidade de melhorar a qualidade da
pessoa e sua influência na comunidade, pois, tem seu suporte nos valores, como
o da liberdade, da satisfação, da gratuidade e da identidade de quem se supera
e se torna mais justo.
Percebe-se, por conseguinte, que o
ócio humanista implica em desenvolvimento da pessoa e que implica num efeito que
repercute positivamente na comunidade social. Nesta ótica, o ócio já não é uma
atividade espontânea, mas, decorre de uma experiência estruturada a partir de
formação.
d) Ócio valioso – “É a
afirmação de um ócio com valores positivos para pessoas e comunidades, baseado
no reconhecimento da importância de experiências satisfatórias e seu potencial
de desenvolvimento social”.[23]
Enquanto a noção de ócio humanista já
apresenta o valor de ser algo cultivado com vistas a uma finalidade boa, para a
pessoa e o seu entorno, o adjetivo “valioso” acrescentado ao ócio, salienta a
repercussão social da prática de uma atividade como ócio. Este potencial de
desenvolvimento humano, não exclui a economia, mas, não a torna absoluta.
O ócio valioso, “enquanto necessidade humana de satisfação, desfrute, distanciamento da
realidade ou realização pessoal e comunitária, adota diferentes modos de
satisfação, em função das mentalidades, tradições, e culturas dos diferentes
povos”.[24]
Este, evidentemente, não é o perfil
do ócio da sociedade de consumo. Fazer experiência do ócio valioso, não
significa fazer experiências repetitivas, porque a noção do ócio depende do
grau da iniciação de quem o experimenta, e ainda mais, leva a realizar algo sem
exigências ou cobranças especiais. E leva a imergir receptivamente na
capacidade contemplativa, que produz sensação intensa, catártica e
inesquecível. Em suma, ócio valioso, equivale a desenvolvimento humano.
Separado da mera noção de passatempo,
o ócio adquire outra significação para a vida:
“Tradicionalmente o ócio foi considerado um aspecto residual da vida, uma
parte pouco significativa, secundária, um luxo, algo periférico. Atualmente
começa a ser considerado um elemento central, algo que pode ser experimentado
pela maioria das pessoas”. [25]
Pressupõe, igualmente um exercício de
liberdade e, que constitua direito de qualquer pessoa humana, como Cuenca bem
salienta:
“Frente a todo este mundo de evasão, distração e espetáculo que nos
rodeia, a pessoa é progressivamente um ser mais limitado, mais dependente da
máquina, mais expectador de uma realidade que não se sabe se foi, se será, ou
se é simplesmente irreal. Falar de ócio hoje, em não poucas ocasiões, é um
questionamento direto a cada um consigo mesmo, de como ser um pouco mais livre
para fazer o que quer e o que gosta de fazer”. [26]
Para tanto, convém não atrelar o ócio
somente a descanso, mas, a uma ocupação livre e gostosa.[27]
Tal noção evidentemente implica em experiência enriquecedora, gratuita e também
solidária e que deve constituir-se num marco, dentro de um compromisso social,
para superar a dimensão utilitarista e tornar-se gratificante a partir das
múltiplas dimensões, como a lúdica, a criativa, a festiva, ambiental ecológica
e solidária que é peculiar e própria em cada etapa da vida humana; e, que,
igualmente, requer ser pensada, desejada, participativa, social. Ao mesmo tempo,
age beneficamente na cultura.[28]
Evidencia-se, pois, a necessidade de vínculo a um mundo de valores, distintos
dos valores da economia e da indústria que tendem a destruir povos e
comunidades.
Epílogo
O fio condutor desta reflexão foi o
delinear o entendimento do ócio numa amplitude maior do que a costumeira
conotação que o identifica com lazer, tempo livre, consumo, e descanso
decorrente das motivações da sociedade industrial.
Se o ócio fica muito atrelado ao
trabalho, descaracteriza-se na sua significação mais valiosa de fazer algo não
motivado pela ótica produtiva, que vincula a ocupação do tempo para mera
fruição hedonista decorrente da condição de ter, comprar e consumir. Ócio, numa
perspectiva mais livre, envolve algo desejado pela satisfação de fazê-lo, sem
expectativa de retorno econômico ou de vantagem para auto-afirmação.
Enfim, o ócio pode apontar para uma
dimensão de desenvolvimento pessoal, para mais qualidade de vida, maior clareza
de identidade, acesso à cultura e turismo, não como exclusividade de uma elite
de esnobe, mas, como direito e condição para quaisquer pessoas. Pode, então,
alargar um âmbito de encontro, de respeito, capaz de desencadear bem-estar, que
faz bem à convivência humana.
O ritmo frenético de ação e consumo,
induzido pela sociedade industrial, leva a intuir que um ritmo mais lento permitirá
mapear os dias e as noites para atividades mais prazerosas do que as desgastantes
jornadas de trabalho, quando a existência humana se revela tão frágil, curta e
fugaz.
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março/abril, p. 33-35, 1991. [Link].
PEÑALBA, Josué Lull. Pedagogía
del Ócio. In: pedagogc3ada-del-ocio.pdf [Link].
[1] A noção de lazer pode confundir-se com a de
trabalho, mas, geralmente, se atribui à esfera do lazer, com a identificação de
prazer e felicidade. “Enquanto o trabalho
remete ao indesejável, espaço da aparência e do público, fica a promessa de que
o lazer, apresentando-se como um outro do trabalho, constitui-se com o tempo e
o espaço da experiência privada, lugar da autonomia”. MASCARENHAS,
Fernando. Entre o ócio e o negócio –
teses acerca da anatomiza do lazer, p. 9.
[2]
JUBLE, Juan Alberto Belloch. Rducación y
ócio. Espanha: Zaragoza, 2009, p. 15.
[3]
Idem, ibidem.
[4]
DUMAZEDIER, Jofre. (1964, p 93), citada por Eloísa Lopez Franco em O ócio – perspectiva pedagógica. [Link]
[5] Segundo FRANCO, Eloísa López, em O ócio – perspectiva pedagógica.
(Universidad Complutense de Madrid [Link].
[6]
AQUINO, Cássio Adriano Braz et alii. Ócio,
lazer e tempo livre na sociedade de consumo e do trabalho. [Link]
[7]
CAPDEVILA, Luísa Sarrate. Ócio y tempo
libre en los centros educativos. Dialnet-OcioYTiempoLibreEnLosCentroseducativos-2912271(2).
Pdf [Link]
[8]
AQUINO, Cássio Adriano Braz et alii. Ócio,
lazer e tempo livre na sociedade do consumo e do trabalho. [Link]
[9]
MASI, de Domênico. A lentidão que nos
faltava. In: <ihu.unisinos.br/605830-a
lentidão-que-nos-faltava-artigo-de-domenico-masi > Aces. 03/01/2021
[10]
Idem, ibidem.
[11]
Idem, ibidem.
[12]
MASCARENHAS, Fernando. Op. cit. p. 27.
[13]
Idem, p. 53.
[14]
GOMES, Cristiane; PINTO, Leila. O lazer
no Brasil – analizando práticas culturais, cotidianas, acadêmicas e políticas. P.
70
[15]
A ditadura militar, entre 1964 e 1973, enfatizou o trabalho e levou os setores
hegemônicos a considera-lo como pré-requisito para que a economia do país
pudesse avançar e até mesmo reduziu o tempo livre com a prática abusiva de
horas extras. Mascarenhas, Fernando, Op. cit, p. 70.
[16]
MASI, Domênico de. O ócio criativo. (
trad. Léa Manzi), RJ: Sexante, 2000.
[17]
MASI, Domênico de. “O ócio criativo. Op.
Cit.
[18]
Idem, ibidem.
[19]
MASI, Domênico de. A lentidão que nos
faltava. Op. Cit.
[20]
Idem, ibidem.
[21]
CABEZA, Manuel Cuenca. Aproximación al
ócio valioso. In: 432-texto do artigo-2311-2-10-20140612. Pdf [Link]
[22] Idem, ibidem.
[23]
Idem, ibidem.
[24]
Idem, ibidem.
[25]
CABEZA, Manuel Cuenca. Ócio y Formación –
hacia la equiparación de oportunidades mediante la educación del ócio, p. 18.
[26]
Idem, p. 14.
[27] Idem,
p. 18.
[28]
Idem, p.19.
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