Ao domiciliar-se em Cafarnaum,
Sob descaso e pobreza comum,
Jesus cumpre as suas promessas,
A pobres de carências confessas.
Ante a centralidade do templo,
Sem irradiar amor por exemplo,
Jesus fez visita a uma sinagoga,
Segundo o costume ali em voga.
Ali escribas interpretam textos,
E se remetem para metatextos,
Para motivar contra desânimo,
E resistir ao estado pusilânimo.
Jesus encantou aquelas pessoas,
Sem erudições acadêmicas boas,
Mas com autoridade da conexão,
De quem o interpelava para ação.
Sem a rebuscada e fina retórica,
E sem clima de sedução eufórica,
Mostrou autoridade ao possesso,
E acalmou sua doença de excesso.
No seu primeiro sinal de salvação,
Jesus demonstrou à judaica nação,
Que age contra o mal estabelecido,
E relega o povo refém esmaecido.
Naquele tempo sem conhecimento,
Dos objetivos fatores de sofrimento,
Atribuía-se sofrência a espírito mau,
Que constrangia num maldoso grau.
Dizia-se que vinha do mar agitado,
E nos indefesos de medo inusitado,
Causava domínio e larga opressão,
Sob omisso governo de exploração.
Marco simbólico a espíritos maus,
Jesus desmascara maldosas naus,
Que espoliam a dignidade da vida,
E exploram a condição denegrida.
Sem palavreado de efeito mágico,
Silencia o espírito imundo trágico,
Para revelar novidade da sua fala,
E para outro jeito de vida propala.
Tocou na raiz do que desumaniza,
Que o mundo religioso demoniza,
E incriminou as classes opressoras,
Sem mínimas intenções salvadoras.
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