quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

EXORCISTAS E PROFETAS


 

Desde os primórdios bíblicos,

Os encantamentos públicos,

Por descoberta de segredos,

Gestou devaneios e enredos.

 

Apelos mágicos para intuições,

De raras e divinas atribuições,

Moviam os bruxos e adivinhos,

Para animar incautos povinhos.

 

Vistas como infrações graves,

As abominações de entraves,

Falseavam no acesso a Deus,

O serviço profético aos seus.

 

Via-se na única função lícita,

Pessoa humanitária e solícita,

Não votada e nem escolhida;

Sob amor de Deus aquiecida.

 

Na escuta fiel e sintonizada,

Captaria vontade desejada,

Para repassá-la a seus fiéis,

E indicar-lhes bons cordéis.

 

Como naqueles idos tempos,

Com variados passatempos,

Profetas pregam sem limites,

Inspirados nos seus palpites.

 

Sob a magia e excentricidades,

Enaltecem suas celebridades,

Com trejeitos e adivinhações,

Para arregimentar multidões.

 

Ofuscam verdadeiros profetas,

E se tornam pobres anacoretas,

A mendigar crédito de milagre,

Com sabor de vencido vinagre.

 

Mais que o prestigiado sujeito,

Espera-se postura de respeito,

De uma comunidade profética,

Com muita sensibilidade ética.

 

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