sábado, 30 de janeiro de 2021

AUTORIDADE ADMIRÁVEL


 

Após convidar seguidores,

Jesus revelou os pendores,

No especial dia do Senhor:

Dar à vida um outro sabor.

 

Foi com eles na sinagoga,

Lugar religioso em voga,

E ante os mestres da Lei,

Deu sinal para nova grei.

 

Os detentores do poder,

Sem nada se enternecer,

Pregavam tema abstrato,

Sem cotidiano substrato.

 

Sem ver espírito imundo,

De um vivente iracundo,

Os sábios não desatrelam,

Mórbidos que atropelam.

 

O ensinamento de Jesus,

Um novo modo que reluz,

Dissolveu postura doentia,

Sem comentar o que se lia.

 

Não ensinou como seguidor,

Nem como erudito pregador,

De uma autoridade bajulada,

Mas a eclosão de vida ilibada.

 

Não foi profissional de ideias,

Para comunidades plebeias,

Mas o profissional das vidas,

Alienadas pelas suas feridas.

 

Esperança ao sujeito fraco,

Socialmente feito um taco,

Revelou a sua autoridade:

Carisma ante adversidade.

 

Poderosos sem autoridade,

Não aliviavam a iniquidade,

E Jesus sem poder religioso,

Agiu com gesto prodigioso.

 

Ante poder desumanizador,

Gesto de humano pundonor,

Acalmou e ensejou a crescer,

Com o ânimo de se arrefecer.

 

O poder sugador do espírito,

Que satisfeito no perispírito,

Deteriorou relacionamento,

No agressivo e mau intento.

 

Se poder mata comunidade,

E fragiliza qualquer amizade,

Também petrifica o coração,

E desconcerta toda boa ação.

 

Insinuação da autoreferência,

Revela ainda hoje, indecência,

Em gestos e atos prepotentes,

Que ratificam fitos renitentes.

 

Por isso o sonho da comunhão,

Requer o impulso para a união,

Com a autoridade sem o poder,

Para o humano ferido se erguer.

 

 

 

 

 

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