quarta-feira, 10 de junho de 2020

MONSTROS VIRTUAIS

 

Enjeitados depois de gestados,

Sobrevivem desconsiderados,

E na dura sina do isolamento,

Fixam-se no objeto de alento.

 

Brincam, navegam e protelam,

E cada dia mais se refestelam,

Com o aprendido na maestria,

Da própria e teimosa ancoria.

 

Sem admiração de raiz paterna,

Desenvolvem visão subalterna,

Da razão de vida inferiorizada,

Que se confirma desamparada.

 

Deslocam na destreza do jogo,

Desconforto do solitário jugo,

Fantasiosos anelos de amparo,

E o avesso do indivíduo ignaro.

 

Sem referências de modelagem,

Povoam sua pobre auto-imagem,

Com as fartas fantasias heroicas,

Advindas de memórias egóicas.


Incapazes de convivência grupal,

Fazem do seu mundo referencial,

O parâmetro do bom e do certo,

No qual triunfa o ágil e o esperto.

 

Acreditam no progresso ilimitado,

Que o pobre mundo desbaratado,

Não contempla na grande magia,

Para sua auto-superação sem guia.

 

Na hegemonia do seu auto-saber,

Não carecem de outros aprender,

Para comprar felicidade sonhada,

Já ausente na sua vida desregrada.

 

 

 

 

 

 


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