quarta-feira, 3 de junho de 2020

DESEJO DE ESTAR JUNTOS

 

O isolamento preventivo,

Contra um vírus invasivo,

Imperceptível no avanço,

Não move bom descanso.

 

Amplas e fartas polêmicas,

Sobre sequelas endêmicas,

Com apelos demagógicos,

Elevam surtos ideológicos.

 

Sensível campo emocional,

Rouba bom-senso racional,

Para almejar ótima solução,

Longe da prescrita reclusão.

 

Reacende-se o desejo forte,

Do social e precioso aporte,

Para desfrute da companhia,

Que no isolamento se tolhia.

 

O anseio pelo “estar juntos”,

Delineia que outros assuntos,

Não enchem anelo profundo,

Na rota do pavor moribundo.

 

A expectativa de aproximação,

Já não fita obras e muita ação,

Nem projetos sociais vistosos,

Mas só afeto e gestos ditosos.

 

O anelo deste espírito afetivo,

Relega o útil e vetusto lenitivo,

De mera peça de engrenagem,

Para fruir boa camaradagem.

 

Mas ali ronda o agente mortal,

No faro da boca e duto nasal,

Para devorar vida e os sonhos,

E intimidar amigos tristonhos.

 

Na difícil permanência isolada,

Fermenta a sensação desolada,

Do desabamento da identidade,

Dependente da grupal lealdade.

 

 

 

 

 


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