Em tempo de exibicionismo erótico,
Esnobar intimidade virou despótico,
Para insinuar boa venda e consumo,
Mesmo sem um respeitoso aprumo.
Sob um imaginário vasto e erotizado,
Encontra-se um coração bem fechado,
Escondido na rigidez da exterioridade,
E sem limites na ousadia da maldade.
Na exaltação dos órgãos enrijecidos,
Já não falam os abscônditos zunidos,
Da complementariedade benfazeja,
Que o amor à vida do outro enseja.
A bondade destrutiva de desfrutar,
Abafa a capacidade de perscrutar,
Na construção da história familiar,
Elã para os contratempos conciliar.
No apropriar-se de tudo como dono,
Tantos descartados pelo abandono,
Transformam-se em inimigos reais,
E engolem básicos sentimentos leais.
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