Das festas das colheitas,
Às multifacetárias seitas,
Passaram-se as alegrias,
E deslizaram as euforias.
Do festejo alegre e grato,
Veio o religioso aparato,
Distanciado das primícias,
E do saboreio das delícias.
Colocou-se uma memória,
De pretensão merencória,
Para alinhar os seguidores,
Com garantias de pendores.
Sumiu a alegre gratuidade,
Para elevar-se a fatalidade,
De submeter-se a ditames,
Dos espíritos bem infames.
Na disputa dos segredos,
Engendram-se os medos,
E glorificam-se poderes,
De divinizados prazeres.
O emocionalismo doloso,
Já distante do grato gozo,
Afia a língua de pecados,
Com pretensiosos recados.
Da glossolalia presumida,
De milagre, esmilingüida,
Some-se o entendimento,
E flui descontentamento.
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