Enquanto sinais fisiológicos pedem
comida,
Outra fome, muito obsessiva e
compulsiva,
Produzida, para ricos e pobres de
toda lida,
Grita por artefatos eletrônicos na
invectiva.
A criação de desejos em profusão
ilimitada,
Move mais que o apelo de vivente
faminto,
Porque o preço almejado que tanto
agrada,
Fica compatível com os aparatos do
recinto.
Tudo como numa miragem acaba sem valia,
E requer algo novo que possa empanturrar,
Pois, o contentamento é fugaz e não
avalia,
O que o humano esplendor pode perpetrar.
Resta a protelação constante da
felicidade,
Por não efetivar-se nos objetos
desejados,
A exaurir as fontes com imensa
voracidade,
Apesar dos efeitos perversos e dos
enfados.
Como o planeta dá indícios de
decrepitude,
Impõe-se, ao que é obsoleto uma
utilidade:
Que restaure a simples e cotidiana
virtude,
De diminuir fome, com saúde e
cordialidade.
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