Com os ousados progressos da ciência,
Pouco sobra à rotineira benemerência,
E na exacerbação de tudo transformar,
Sequer a intimidade consegue sofismar.
O desejo de preencher o vazio
existencial,
Não encontra no coletivo eufórico o
aval,
Para silenciar os gritos e anseios
pessoais,
Que fervilham em dimensões
excepcionais.
Já marcados pelo individualismo
profundo,
Nele se engendra e eclode um caos rotundo,
Bem distante da felicidade tão
propugnada,
E que não acalanta a voracidade
esganada.
No horizonte das incontáveis e boas
ofertas,
Emerge o lenitivo indizível das horas
certas,
Mas, sem o alento dos gestos
enternecidos,
Da satisfação dos sentimentos
enaltecidos.
Na constatação da opacidade dos
desejos,
Podem emergir as pistas de novos ensejos,
E, na nova forma de organizar o
cotidiano,
Eclode uma aurora de um imemorial
arcano.
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