sexta-feira, 18 de julho de 2014

Vazio existencial



Com os ousados progressos da ciência,
Pouco sobra à rotineira benemerência,
E na exacerbação de tudo transformar,
Sequer a intimidade consegue sofismar.

O desejo de preencher o vazio existencial,
Não encontra no coletivo eufórico o aval,
Para silenciar os gritos e anseios pessoais,
Que fervilham em dimensões excepcionais.

Já marcados pelo individualismo profundo,
Nele se engendra e eclode um caos rotundo,
Bem distante da felicidade tão propugnada,
E que não acalanta a voracidade esganada.

No horizonte das incontáveis e boas ofertas,
Emerge o lenitivo indizível das horas certas,
Mas, sem o alento dos gestos enternecidos,
Da satisfação dos sentimentos enaltecidos.

Na constatação da opacidade dos desejos,
Podem emergir as pistas de novos ensejos,
E, na nova forma de organizar o cotidiano,
Eclode uma aurora de um imemorial arcano.


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