sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sementes



Mesmo dotadas da vitalidade,
De assegurar boa germinação,
Dependem da sã virtualidade,
Do solo de fecunda condição.

Umas desfrutam de nobre apreço,
Outras da mais rejeitada negação,
E enquanto umas vêm com adereço,
Muitas outras morrem por inanição.

Algumas, endeusadas com farta adoração,
Tão ambicionadas quanto ouro irradiante,
Imputam aos fortes grupos da esganação,
O direito de ignorar toda fome circundante.

Certas sementes contêm ricos nutrientes,
Que além de agraciar humanas refeições,
Aprazem o pendor dos sabores exigentes,
Em distintos lugares de diferentes nações.

Outras sementes aliviam distintas dores,
Com variadas propriedades terapêuticas,
E encantam tanto quanto as belas flores,
E as antigas formas filosóficas maiêuticas.

Certas sementes dão cor e sabor a licores,
Outras se prestam a drogas entorpecentes,
Que afetam dignidade e os decentes valores,

E deixam reféns os incontáveis dependentes.

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