Da convenção de que é preciso sonhar,
Ao excessivo acúmulo de idealizações,
Reina cisão profunda a desentranhar,
A anulação das diuturnas realizações.
Do entusiasmo despertado pelos
ideais,
Decorre o vazio da rica energia
amorosa,
Que embota todas as alegrias
vivenciais,
E gera tensão em desandada polvorosa.
Da melhor motivação de prolífero
amor,
Surge o declínio do propalado imagético,
E a decrepitude do entusiasmado
fervor,
Atrai um frustrado nervosismo
magnético.
As decepções com as pessoas bem
achegadas,
Desentrosam os encontros de motivos
fortuitos,
E, na ausência, deixam as alegrias desandadas,
E o coração esvaziado de sentimentos
gratuitos.
Os outros, ao invés de bons receptáculos
de amor,
E de fontes de inspiração, parecem
rivais perigosos,
Que desmantelam toda a serenidade do
pundonor,
E causam momentos mui deprimentes e
escabrosos.
Acrescentam-se coações da estrutura
burocrática,
Que deixa solta e desandada a avareza
do poder,
E se alia sorrateiramente a toda
ambição errática,
Para persuadir, agredir, calar,
torturar e ofender.
Resta o difícil itinerário do cuidado
de si mesmo,
Apesar da sensação de insuficiência
do sonhado,
Para voltar a contribuir e não ficar
jogado a esmo,
E, perambular pela vida, com coração
renovado.
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