Pelo modo como as culturas humanas se engendraram,
Encontram-se as inumeráveis e culturais manifestações,
Intensamente recriadas pelo muito que perpetraram,
Para alastrar nos advenientes as melhores orientações.
Por longos séculos os bens visavam à vida,
Estreitamente ligada às condições da natureza;
E os valores excelsos que davam sentido à lida,
Eram os provindos do Deus da onipotente realeza.
Os bens e os valores propiciaram, nos humanos mortais,
Memórias, obras, regras, ações e ricos mundos simbólicos,
Mas, nosso tempo escorropichou os mundos ancestrais,
E nos envolveu em processos culturais pouco sistólicos.
Sob nova referência dos apelos últimos da linguagem,
Transparece que o humano agir no alcance de valores,
Encontra na técnica um sentido de inusitada miragem:
Que no entorno dos bens, ocorre o apogeu dos pendores.
Universalizados nas redes mundiais da “tecnociência”,
Minguaram as totalizantes explicações religiosas locais,
E da fé impregnada somente pela técnica da eficiência,
Resultam parcos e minguados efeitos dos religiosos rituais.
Assim a ética da técnica afeta até mesmo os neurônios
cerebrais,
E os leva a produzir comandos do saber de controle e dominação,
Para agir sobre a natureza, doenças e incontáveis bens
materiais,
Mas deixa as religiosas instituições inertes e sem poder de
agregação.
Forçadas a buscar na diversidade das mil ofertas de sentido,
Num mundo simbólico que tudo privatiza conforme o atrativo,
Migram os crentes pelos propalados pregões de algo perdido,
Onde tampouco encontram o almejado efeito do rápido lenitivo.
No profundamente humano, os atuais cristãos buscam o
mediador,
E longe da sacralidade dos categóricos rituais do
fundamentalismo,
Podem manifestar o divino que impregna o humano, mesmo na
dor,
E se transformar em sacramento de Cristo para um agir de
altruísmo.
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