Arbusto encantador e apreciado,
Virou o símbolo de bom agrado:
Sua gratuita produção de frutos,
Atraía olhares curiosos e argutos.
Comparação a uma boa figueira,
Equivalia a não sossegar na eira,
De redentores em nome de Deus,
A degradar a boa ação dos judeus.
Em nome da religião para a guerra,
Produzia-se vasto ódio nesta Terra,
Sob desejo de ser como a figueira,
Para frutos de gratuidade altaneira.
Resiliência aos climas secos e áridos,
Da figueira, generosa aos impávidos,
A misericórdia efetiva com o amor,
Dom vital, bem do jeito do criador.
Para este povo seco e sem sinais,
A figueira de frutos excepcionais,
Apontava um itinerário de cultivo,
Para um cordial convívio oblativo.
Uma figueira graciosa e frutífera,
Com fruta abundante e calorífera,
Oferecia durante um ano inteiro,
Alimento para consumo rotineiro.
Associar-se à imagem da figueira,
Significava a condição altaneira,
Da solidariedade gratuita e leal,
Para a respeitabilidade convivial.
Na religião oficial, por seu turno,
Produzia-se o panorama soturno,
Dum Deus vingativo e rancoroso,
Contra pobre pouco prestimoso.
Na espiritualidade da retribuição,
A sofrida sina da pobre condição,
Era o pressuposto castigo divino,
Vingando procedimento cretino.
Entre os ladrões e espoliadores,
Defesa de roubos como pendores,
Assimilava como retribuição divina,
A riqueza, dom da aparência sovina.
Induzia-se pobre à sua auto-punição,
E mapeada sua conduta pela direção,
Vivia ele numa apatia desconectada,
Assegurando perversa elite de alçada.
Tirava-se toda virtualidade do povo,
Bem submetido ao ilusório corcovo,
De muito desagradar a proposição,
Atribuída a um Deus de enrolação.
Jesus diante deste quadro perverso,
Na imagem da figueira para inverso,
Negou um Deus vingativo da secura,
Da religião formal, em sua sinecura.
A imagem de adubar bem a figueira,
Apontava a indicação toda fagueira,
De reta mudança do mundo interior,
Para dele eclodir fruto de bom sabor.
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