Quando a economia da acumulação,
Degrada vida humana em profusão,
Corrói perspectivas de mundo bom,
E alarga fala religiosa de falso dom.
Se milhões se declaram seguidores,
De midiáticos e falantes pregadores,
Nos apelos a conformismo religioso,
Brilha decadência do rumo virtuoso.
Na quaresma sem apelo de redenção,
Diviniza-se largo sacrifício sem
ação,
E ignora-se mundo decadente visível,
Para culpar estado subjetivo sofrível:
Penitencia e jejum ajeitam o
interior,
E o sacrifício para seu belo
esplendor,
É indicado como remédio todo eficaz,
Para conformidade que a Deus apraz.
No reforço da dor, meio de salvação,
Protela-se, na Páscoa sem redenção,
Toda e qualquer ação efetiva e
social,
No sistema perverso de ação abissal.
Seguir guru sem rumo de libertação,
E sem um evangelho da convocação,
Produz uma religião que se submete,
À subserviência do capital de topete.
Enquanto este cristaliza destruição,
O sacrifício do suposto bom cristão,
Nada acrescenta a serviço redentor,
Do planeta ferido, gemendo na dor.
Legitima-se a ruína, vista como
prova,
Para depurar a alma que nada renova,
E a visível ruína do planeta
decadente,
Segue seu processo com fiel contente.
Mesmo sob o itinerário da sua morte,
O penitente quaresmal adora a sorte,
Da orientação de iluminado pregador,
Um categórico e diretivo conservador.
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