Povos nômades do Oriente Médio,
Não tiveram recursos de remédio,
Para aprender a andar no deserto,
Onde todo o rumo parece incerto.
Aprendiam, em dura experiência,
A deslindar rumos com paciência,
Que lhes assegurassem travessia,
Nas rotas que requeriam ousadia.
Aprendizagem paulatina na lida,
Criava arcabouço seguro de vida,
A fim de contornar fome e sede,
Com aquilo que deserto concede.
Frutos da tamareira, pão do céu,
Foco de segurança contra o léu,
Requeria memória e esperança,
Para andejo seguro na confiança.
O rosto velado contra sol e areia,
No olhar astuto e sangue na veia,
Delineava no caminho a ser feito,
A certeza de encontro satisfeito.
Nossos dias, sem lidas desérticas,
Sugam tantas ofertas simpáticas,
Que nada ajudam a definir rumos,
Para ajeitar-nos em bons prumos.
A baliza no deserto da existência,
Nada ingênita para clarividência,
Requer aprendizagem das rotas,
Para travessia com as boas frotas.
Cada sujeito, perante seu deserto,
Não tem o caminho pronto e reto,
Mas pode aprender a percorrê-lo,
Sem que este possibilite tolhe-lo.
Olho focado par além do deserto,
Faz caminho engendrar-se perto,
Para escolha necessária e valiosa,
Duma vida como graça dadivosa.
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