Tantos alertas de colapso iminente,
Não repercutem no sistema vigente,
Que cria uma cegueira generalizada,
E fere vida em declinação acelerada.
No útil e exitoso mito de progresso,
Tudo deve ser produtivo no sucesso,
E exibicionismo do ótimo resultado,
Gera o mundo humano desandado.
O extraordinário consumo induzido,
Em fenomenal publicidade e alarido,
Produz a ânsia voraz pela novidade,
E desmonta as regras da sociedade.
Ao fenomenal processo de produção,
Atrela-se tirânico poder de
destruição,
A inchar a Terra com veneno de morte,
Produzindo agrotóxicos de toda sorte.
Como toda atividade precisa dar
lucro,
Até guerra é adorada pelo sobrelucro,
Mesmo ocultando fome e sofrimento,
E ceifando seres por motivo birrento.
Ouvidos surdos da indústria
poluidora,
Soltam veneno de forma devastadora,
E fechados ante o colapso planetário,
Matam um valioso projeto societário.
Mesmo sob o colapso em andamento,
Divino agronegócio do arrebatamento,
Preenche pobres mentes estupefatas,
Com publicidade que as torna ingratas.
Se o clima já torra rica
biodiversidade,
E confirma a cada dia sua voracidade,
Impacta em nossa condição humana,
Com inoperância de projeção insana.
Uma teimosia na intoxicação
sistêmica,
Insensível à condição terrena
endêmica,
Eterniza as indústrias de
contaminação,
E aposta só nas armas para
conciliação.
Morte das organizações democráticas,
Com aumento das ordens dogmáticas,
Favorece um consumismo adoentado,
Sob a lógica de um lucro disparatado.
Não conta o esgotamento de recursos,
Ocultado por hiperfalaciosos
discursos,
Mas vale a obsessão por muita posse,
Que nada agrega para morte precoce.
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