sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

LIBERDADE E DESEJO

 

 

Tão marcados pela ideologia produtivista,

Já não sobra boa alternativa de conquista,

No campo da fraternidade e da convivência,

Pois tudo vale como objeto de preferência.

 

Os desejos criados e estimulados ao infinito,

Revelam insondável mundo ansioso e aflito,

Pelo que promulga sentido e gosto na vida,

Na dura bipolaridade de amor e ódio na lida.

 

A montanha de desejos da condição humana,

Tornou-se a inesgotável fonte que promana,

Luta por conquista com uma paixão violenta,

Sem simples cultivo de emoção que acalanta.

 

Então, sonhada liberdade é apenas o direito,

De cultivar o ilimitado desejo de preconceito,

Para garantir saciedade de posse e conquista,

Longe da benevolência que em nada contrista.

 

Sob uma ostensiva fala do direito à liberdade,

Justifica-se ação da dominadora superioridade,

Para praticar todo e qualquer maldoso negócio,

Como direito inalienável para um rendoso ócio.

 

Múltiplas persuasões disfarçadas e sugeridas,

Tornam-se critério para as mercantilistas lidas,

Onde se avalia pela utilidade e desempenho,

E o interlocutor é tratado com frio desdenho.

 

No processo de socialização atrelada a desejos,

O “pensamento único” dos capitalistas ensejos,

Já não deseja superar o mundo das maldades,

Porque estas gestam a essência das atividades.

 

Quando os males alheios também são pessoais,

A liberdade pressupõe atos bem exponenciais,

Que diminuam maldades sólidas e arraigadas,

Nas relações humanas, já vis e desrespeitadas.

 

Se o horizonte dos desejos não vê boas relações,

Seres humanos, meros objetos para aberrações,

Servem para a hedionda indústria da destruição,

Onde o poder bélico e guerreiro rege a educação.

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