terça-feira, 16 de setembro de 2014

A cruz da tortura



Milenar tática humana,
De intimidar as pessoas,
Mesmo de índoles boas,
A tanta gente desengana.

Usada como instrumento,
Da execrada humilhação,
A cruz, sinal de tormento,
Virou símbolo de maldição.

Para a romana prepotência,
A crucificação de insurgente,
Constituía clara advertência,
Para a submissão obediente.

Se a tortura levava horas a dias,
Para o corpo esquálido perecer,
Ainda negava aos amigos as vias,
De tirá-lo e dele se compadecer.

Obrigado a se decompor sem eira,
Indicava caminho similar a ousados,
Que quisessem de alguma maneira,
Subverter a ordem dos renomados.
No modo de Cristo ser crucificado,
Abriu-se, ao mundo, novo legado,
Da compaixão que venceu o ódio,
E elevou a vida a um novo pódio.

Se o ícone da cruz indica o novo,
Do agir com respeito a todo povo,
Escancara, todavia, grave agressão,
Da morte lenta por procrastinação.

Já não mais pendentes sob o lenho,
Inumeráveis seres vagueiam ao léu,
Num clamor por justiça ao alto céu,
Por mais humanitário desempenho.





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