Cada dia, mais complicado,
Em nosso português falado,
Não mesclar a língua lídima,
Com a fala de forma dídima.
Tal como se fala portunhol,
Entra língua inglesa no rol,
Encampa vasto vocabulário,
E enche o nosso dicionário.
Do Brain Rot, ao Burn Out,
Já assimilamos o Rust Out,
Para indicar falta de tesão,
Com estresse na motivação.
Na indústria metalomecânica,
Ferrugem corrói peça metálica,
Mas conta com gel removedor,
A agir com forte poder diluidor.
Rust Out, em novo significado,
Conota humano desesperado,
Que constata declínio mental,
E cansaço com exaustão total.
Tarefas repetidas e monótonas,
Sob ambições bem antagônicas,
Induzem ao largo tédio e apatia,
Diante da sobrecarga de ironia.
Decepção no que foi desejado,
Para um rendimento almejado,
Mais a cobrança de eficiência,
Produz a psíquica insuficiência.
Nem redes sociais compensam,
E repetição que outros pensam,
Produz uma larga desmotivação,
E progressiva despersonalização.
Quando nada mais é estimulante,
Similar ao processo enferrujante,
Que sedimenta no agir cotidiano,
A apatia como monótono tirano.
Desânimo progressivo toma conta,
E na mente enferrujada desponta,
Silenciosa e paulatina desistência,
Sem um gel ativador de resiliência.
Falta fabricar novo gel removedor,
Para tédio que calcifica pundonor,
Ou mudar o sistema de produção,
Que suga o corpo até a exaustão.
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