segunda-feira, 11 de agosto de 2025

RETROPIA RELIGIOSA

 

 

Da utopia da Igreja em diálogo,

Sem o empedernido decálogo,

Mira-se o sinal de ação divina,

Na busca frágil de fé cristalina.

 

Grandes aspirações do passado,

Acrescidas ao fantasioso legado,

Voltam a glorificar uma prática,

Duma bem antiga visão estática.

 

Reatar antigo processo histórico,

Atrai para o conceito categórico,

Dum mundo essencialista e forte,

Para um sagrado e seguro aporte.

 

A fala da falsa sociedade perfeita,

A incidir na sociedade imperfeita,

Gera status saudoso do passado,

Como uma ação do divino legado.

 

Nostalgia de ressuscitar o intento,

Do vestuário romano de contento,

Atribui à chamativa indumentária,

O lugar superior de ação signatária.

 

Segurança sonhada daquele tempo,

Mais do que recordar o entretempo,

Brilha como um horizonte luminoso,

Ante o quadro inseguro e vaporoso.

 

Nada de Igreja “em saída e sinodal”,

Mas imagem daquela Igreja triunfal,

Permite restaurar a imagética visível,

Do tempo eternizado como indizível.

 

Atrair pela harmonização das vestes,

Com movimentações tão rupestres,

Produz atrativo teatro retrospectivo,

Como um divino unguento lenitivo.

 

Sem projeto humanitário atraente,

Diante de tanta gente descontente,

Encanta o prefixo “re” de propostas,

Para a retrospectividade de apostas.

 

Remisturar para novamente reeditar,

Torna-se um foco para se reencantar,

Com a velha e estranha indumentária,

Luz e foco na sociedade fragmentária.

 

Nem mesmo a utopia da esperança,

Move religioso foco de desconfiança,

De que o hodierno sem suposto bom,

Supere aquela vetusta visão de dom.

 

 

Passado, mais imaginado do que real,

Produz o alto sonho de poder surreal,

Dum tempo mitificado como religioso,

E de abundante resultado prodigioso.

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>VINHO NOVO</center>

    Jesus recomendou barril novo, Para um vinho bom de renovo. O vinho era o símbolo de festa, E não deveria deixa-la molesta.  ...