sábado, 30 de agosto de 2025

O MUCUFA AIROSO

 

 

Sob o topete ostensivo e alaranjado,

Sustenta-se um vivente desprezado,

Tido por fraco, largamente covarde,

Embora faça muito barulho e alarde.

 

Tudo o que faz decorre pela metade,

E seu rabo preso anula a majestade,

Porque, procedimentos desonestos,

Apontam lida de constantes doestos.

 

Quer ser ordeiro contra baderneiros,

Mas não oculta os traços flibusteiros,

Que maculam a imagem de estadista,

E deixam a fala em descolorida crista.

 

Muito aproximado da condição idiota,

Não admite a possibilidade de derrota,

Pois autossuficiência de ser onisciente,

Situa-o no além do mundo consciente.

 

Sente-se como único líder autoritário,

Capaz de reger o mundo arrendatário,

Pois a mão divina guia os seus passos,

Para resolver planetários embaraços.

 

Mesmo inseguro, disfarça-se seguro,

Para apontar o dedo indicador duro,

E emitir ordens pessoais categóricas,

Com rompante e agressivas retóricas.

 

Seu autoritarismo, com traço original,

Distinto dos demais, no fundamental,

Pois não segue um sistema autoritário,

Mas, segue sua percepção de solitário.

 

Defensor férreo do direito à liberdade,

Nega-o aos demais, na larga saciedade,

Sobretudo aos cientistas e acadêmicos,

Para efetivar os seus planos endêmicos.

 

Exagerado e falso numa igual similitude,

Delira contra o protecionismo da atitude,

Praticado pelas outras nações soberanas,

Porque visa impor as suas leis doidivanas.

 

A ação de suplantar a democracia liberal,

Aufere-lhe um vastíssimo poder triunfal,

De ser o mais autoritário dos poderosos,

Para agir conforme os humores raivosos.

 

Remove e intrometido em tudo, demite,

Porquanto vive só do seu pessoal palpite,

E quer que tudo esteja sob a larga tutela,

Que amplia adorada e conquistada trela.

 

Cria com os imensos muros alfandegários,

A fome, crise e prejuízo nos proprietários,

A fim de que todos fiquem bem atrelados,

Ao adorado dólar, e seus amplos legados.

 

Quer acumular vasta fortuna de dinheiro,

Para engrandecer seu próprio candeeiro,

Iluminando o mundo com soberba regra,

Da sua peculiar e narcizista contra-regra.

 

Seu olhar possessivo e muito ambicioso,

Apenas vislumbra um fascínio auspicioso,

Na polarização única por extrema-direita,

Sem empatia ou dó na morbidez maleita.

 

 

 

 

 

 

 

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