Teria algo maior para elevar a vida,
Do que uma alegria que convalida,
Um altaneiro sentimento humano,
Dum prazer pelo existir cotidiano?
Alegria, geradora de outros afetos,
Como esperança e amor, discretos,
Antecipa o futuro de expectativas,
Que levam a fruir boas alternativas.
De “laetitia” da procedência latina,
Contraposta a “tristitia”, pobre
sina,
Conotava-se aumento da perfeição,
Pois, a triste era a sua
diminuição.
Para filósofos antigos era a paixão,
Da alma mobilizada pela boa ação,
Nada contrária e oposta à tristeza,
A efetuar algo bom para presteza.
Enfeita um bom estado de ânimo,
Com magia de poder magnânimo,
De prendar mais do que satisfação,
A rica exuberância na inter-relação.
Se explicar a alegria é tarefa
difícil,
Experimentá-la em graus é tão fácil,
Pois, básico elemento da felicidade,
Irradia a plenitude para eternidade.
Ao mesmo tempo que aponta rumos,
A alegria oferece os básicos aprumos,
Para guiar, como a lanterna no escuro,
Uma rota que se faz caminho seguro.
Alegria restaura, unifica e
propulsiona,
Aquilo que tanto a vida redimensiona,
Para uma transcendência que enleva,
Identidade, com rosto que graça
eleva.
Ajuda a liberar motivações de festas,
Nas conquistas, ante ações molestas,
E na celebração de pequenas vitórias,
Faz integrar atos de tristes
memórias.
Sua dança, graciosa, leve e atraente,
Atiça uma vistosa chama irradiante,
Que ilumina com as esperanças reais,
O transbordamento de efeitos vitais.
Sua teia fina quase invisível,
amarra,
Para unidade humana que se agarra,
Contra relações de tantas injustiças,
No agir de resiliência contra
cobiças.
Que a alegria ante homens infaustos,
Evite seus progressivos holocaustos,
E atice todas as humanas qualidades,
Para comunicação sem as inverdades.
Que ela faça explodir não as bombas,
Mas a exultação que firma marombas,
Na tênue e frágil convivência humana,
Que com tanta arma se mostra insana.
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