sábado, 23 de agosto de 2025

GALO VELHO

 

 

Longe da visão apocalíptica do tempo,

Pode-se aferir um similar contratempo,

Do império antigo em afã perseguidor,

Achando-se no direito de ser superior.

 

Enquanto Apocalipse falava de visões,

Vistas no céu, para evitar perseguições,

Animava cristãos deprimidos ante ódio,

Do império romano em triste episódio.

 

A minha visão, ocorreu na beira do rio,

Pude observar, um decadente poderio,

Dum galho velho, reinando no terreiro,

Com o procedimento todo embusteiro.

 

Muitas galinhas e muitos outros galos,

Manifestavam ali os cacarejos vassalos,

Constataram decrepitude do galo velho,

E numa apatia, ignoravam seu conselho.

 

O galo velho, de cabeça erguida, cantava,

Corria com outros galos, e os provocava,

Mas estes corriam alguns metros adiante,

E exibiam cópulas de forma redundante.

 

O galo velho, cacique e dono no terreiro,

Após longo tempo fértil, forte e altaneiro,

Ampliou esporas enormes e compridas,

Que passaram a atrapalhar as suas lidas.

 

O tamanho das esporas, virou armadilha,

Que se tornou um freio da lida andarilha,

E os demais galos, sabedores deste limite,

Copulavam belas galinhas com paixonite.

 

Até que o galo velho chegava para ataque,

Já tinham completado seu contra-ataque,

E pareciam debochar do velho impotente,

Ainda metido a soberano todo arrogante.

 

Algumas galinhas próximas do galo velho,

Se acocoravam, sem sentir o seu pintelho,

Pois, suas esporas enroscavam as pernas,

E sequer subia para as ações entrepernas.

 

Os galos do lado, oportunistas na ocasião,

Passaram a desfrutar desta aglomeração,

E, deixavam o galo velho, rubro de inveja,

E ultrapassado na sua imperialista peleja.

 

O galo velho, mesmo arrastando as asas,

Inconformado diante das traições rasas,

Já não tinha mais forças para confronto,

Mas, andava devagar, e metido a tonto.

 

 

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