Mais que sobremesa e prato apreciado,
O estranho quadro do humano legado,
Direciona motivação precípua da
vida,
Para a vaidade enlevada e
reconhecida.
Procede de algum lugar das entranhas,
E pervaga o corpo inteiro com manhas,
De se inchar de pavonices chamativas,
Que causem ponderações apreciativas.
Este elã motivador de uma vida vazia,
Espalha ferrugem em eventual estadia,
Sob gás falso advindo do estufamento,
De favorecer o auto-engrandecimento.
O visível inchaço da adoração do ego,
Só permite bater um olho quase cego,
No que eleva para a honra e
prestígio,
Ainda que no desconfortável fastígio.
Encanto pelos lugares proeminentes,
Leva aos fingimentos protuberantes,
Para impressionar com rara grandeza,
E esconder falta de genuína
inteireza.
Na visível e palpável compra de
afeto,
Sobressai o avesso do que é discreto,
Porque tudo é feito por uma imagem,
Da couraça que esconde a chantagem.
Escravizada numa auto-imagem falsa,
Tudo mobiliza pelo que mais exalsa,
Porque, já desprovida de gratuidade,
Perde todo o senso de generosidade.
Como amizades se tornam aparentes,
Nada passa das bajulações aderentes,
Para alargar o interesse pela imagem,
E adoração da sua própria tapiragem.
Por não saber valorizar a fala
alheia,
Que a seu ego muito pouco granjeia,
Vive da exterioridade de roupagem,
E das aparências para a blindagem.