terça-feira, 22 de julho de 2025

TEMPO DE ATURAR

 

 

Milênios de ordens sobre amar,

Em prédicas, além do alto-mar,

E com incontáveis orientações,

Produziram muitas conversões.

 

Pouco alargaram o testemunho,

Menos ainda, irradiaram cunho,

Duma reciprocidade respeitosa,

Para vida humana mais graciosa.

 

Com amor pregado nos altares,

E ódio cultivado nos patamares,

Solidificou-se uma bipolaridade,

Que fez muito mal à sociedade.

 

Também o amor dos romances,

Tão exaltados em largos lances,

Cantados em populares cantos,

Exaltam intrigas e desencantos.

 

Amor virou palavra tão ambígua,

Que até para a intimidade exígua,

Representa ódio e larga vingança,

De mórbida posse com abastança.

 

Sob o amor dos cantos românticos,

Espalham-se os ódios piromânticos,

Da perseguição com dura vingança,

Sem respeito e dó à nova andança.

 

Como amor e ódio andam casados,

E vivem sob os rompantes odiados,

Convém recuperar o uso do termo,

Do significado de aturar-se no ermo.

 

O ambiente fechado e homogêneo,

Em grupos com o ódio heterogêneo,

Não admite que na diferença social,

Haja respeito para distinção cultural.

 

Assim, carecemos de ação urgente,

Para reaprender a noção premente,

De nos aturar nas tantas diferenças,

E persistir na tolerância de crenças.

 

Minguado fruto do amor apregoado,

Em meio a tanto ódio bem cultivado,

Nos aponta para difícil e dura guerra,

De aturar-nos para viver nesta Terra.

 

 

 

 

 

 

 

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