terça-feira, 8 de julho de 2025

MARAVILHOSO CELULAR

 


Objeto de primeira necessidade,

Por obra da inaudita publicidade,

Rompeu a distância e o assunto,

E mudou o modo de estar junto.

 

Segredo de gerar dependência,

Eleva-o a altares da eminência,

Como um alimento necessário,

Para nutrir um sujeito solitário.

 

Requer na exclusiva fidelidade,

Dose máxima de conectividade,

E rompe o programa saudável,

Para sagrar-se como admirável.

 

Afeta a autonomia emocional,

E fragiliza o processo racional,

Que engorda numa ansiedade,

Saturando na tóxica lealdade.

 

Rompe crescimento saudável,

Sem viver a idealização afável,

Anula necessária auto-estima,

E o mundo real nada se anima.

 

Produz cansaço pela distração,

E substitui a edificante relação,

Por interação digital superficial,

Longe da interação presencial.

 

Sua identidade é a consumista,

A viver do jogo sensacionalista,

Produzido para a dependência,

Sem criar gosto por convivência.

 

Enquanto emoji rouba empatia,

Fenece a dimensão da simpatia,

E dependente incapaz de escuta,

Não se insere na humana labuta.

 

Vive prisão invisível de emoções,

Que afetam as normais relações,

Porque fica em alerta constante,

E numa exaustão nada edificante.

 

Precisa ver notificações e curtidas,

A qualquer instante das suas lidas,

Para a aparência hiper-conectada,

Numa fuga da ânsia desconectada.

 

 

 

 

 

 

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