quarta-feira, 27 de setembro de 2023

PALAVRAS

 


Algumas, melodiosas e brandas,

Outras, adoráveis e venerandas,

E mais um mar de outras, falsas,

Em ondas violentas de repulsas.

 

Umas vem feridas e deglutidas,

Por dores e mágoas ressentidas,

Outras, agressivas e perspicazes,

Enleiam com ambições vorazes.

 

Distinguir as não manipuladas,

Das retas e bem-intencionadas,

Torna-se arte de interpretação,

Da difícil e objetiva apreciação.

 

Soltas em canais informáticos,

Com seus recursos acrobáticos,

Viram o material de persuasão,

Para um consumo de dissuasão.

 

Ali, como produto descartável,

No apelo de meio inimputável,

Agem para veicular a falsidade,

Duma tagarelice de iniquidade.

 

Com sentido duplo e enganoso,

Massacram de modo maldoso,

Ouvidos atentos por algo novo,

De vastidões humanas de povo.

 

Exageram, abusam e humilham,

No apelo a fatores que brilham,

Para arrastar, seduzir e induzir,

Condutas perniciosas a aduzir.

 

Camuflam o largo vazio interior,

Em fetiches de aparato exterior,

E geram mundo de indiferença,

Recheado de tédio e desavença.

 

Apreciáveis são as que refletem,

O estado de alma e arremetem,

Para a convivência integradora,

De uma humanidade redentora.

 

 

 

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