terça-feira, 19 de setembro de 2023

OBSESSÃO POR CRESCIMENTO

 


 

Como criança que quer ser grande,

A ambição do humano se expande,

Da forma mais doentia e obstinada,

De motivação cultural determinada.

 

Parece que o único neurônio ativado,

Ocupa o cérebro humano adoentado,

Para pensar o trabalho e crescimento,

Como únicos plenificadores de alento.

 

Exauridos e estressados pelo trabalho,

Suas existências feitas num frangalho,

Ainda teimam no modelo econômico,

Que os deixa em estado manicômico.

 

O dever ampliar lucros e dividendos,

Fito central para ganhos estupendos,

Move políticas e oligopólios ferrados,

Para crescer com os ânimos acirrados.

 

Aumentar as montanhas de acúmulo,

É fé apregoada com grande estímulo,

Para a felicidade eterna e onipotente,

Do ser humano poderoso e contente.

 

Sequer veem caótico desastre gerado,

Com guerras e o armamento pesado,

Para aumentar e adorar crescimento,

Como supremo troféu de provimento.

 

O milenar fato de Caim matando Abel,

Repetido na histórica Torre de Babel,

Acaba perfazendo cotidiano perverso,

De quem não se ajeita com o reverso.

 

Para que mórbida paixão por crescer?

Como indígenas que centralizam ócio,

E nada acumulam para fazer negócio,

Não teríamos elevação do enternecer?

 

Consumo menor, apenas o necessário,

Permitiria um conviver menos solitário,

Com mais saúde vinda de ecossistemas,

E paradigma de inusitados estratagemas:

 

Sem publicidades falsas e enganadoras,

Sem gasto de energias não renovadoras,

Sem guerra estúpida por mais acúmulo,

Sem morte da Terra por simples êmulo.

 

Mudar a cabeça dos ricos acumuladores,

Tão devassos em processos destruidores,

Permitiria sonhar com a convivialidade,

Premente para o futuro da humanidade.

 

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