Aquele projetado como sofrimento,
Já não oferece mais razoável alento,
Pois, causticar pelos erros e
enganos,
Nem cansa como atuais desenganos.
O nosso estágio de cansaço infernal,
Sequer decorre da ruptura fraternal,
Mas do estar super e hiper ocupado,
Na pressão de desempenho drupado.
Ser potente e superprodutivo é a lei,
Do forte poder anônimo para a grei,
Que requer produtividade e prazer,
E desempenho para nada arrefecer.
O imperativo da potência do fazer,
Saturado por falso mito de crescer,
Descortina os medos obrigatórios,
De arcar com resultados irrisórios.
O outro sempre constitui ameaça,
Para possível e iminente desgraça,
Porque, já constituído como rival,
Superaquece todo o medo estival.
No remédio para tudo o que dói,
Abre-se dependência que condói,
No consumo diário que restringe,
Tudo o que a publicidade impinge.
Até nas “emotics” das mensagens,
Volta bombardeio de sabotagens,
Para expressar o gosto e desgosto,
De algum inquietante pressuposto.
No ardente e infernizado cansaço,
Cobrança reabilitária do amasso,
Não supõe o outro como objetivo,
Mas como a ameaça sem lenitivo.
A noção do inferno deste chifrudo,
Mesmo cadavérico e todo sanhudo,
Parece tão leve, suave e relaxante,
Ante pressão categórica e broxante.
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