sexta-feira, 23 de julho de 2021

ADORADORES DE PANO

 

 

Uma nudez ocultada sob panos,

Revela muitos sinais chapanos,

De obsessão teimosa e fluente,

Duma postura nada congruente.

 

A visão direitista conservadora,

Tão pouco católica e inovadora,

Fixa a eclesiologia pré-conciliar,

E vive no apego cego e ingiliar.

 

A postura próxima da cismática,

Engalana-se para ser simpática,

Mas apenas agrega saudosistas,

Propensos a mundos narcisistas.

 

Ainda que alcancem certo nicho,

Para coçar seu próprio capricho,

Vivem alheios ao despojamento,

Peculiar do cristológico intento.

 

Na auto-proclamada sacralidade,

Exploram numa larga saciedade,

O rubricismo detalhista de atos,

Com muitos rituais e artefatos.

 

No latim veiculam a simbologia,

Da sua função de divina magia,

Endeusando vestimenta brega,

Que pouco cristianismo agrega.

 

No aparente limbo de santidade,

O seu imagético de ambiguidade,

Valoriza a veste mais que missão,

Do agir que deveria mover a ação.

 

Como figurinos de palco clerical,

Insensíveis à moda comum geral,

Enchem-se de velhas bricolagens,

Para brilharem com as roupagens.

 

Nos aparatos brilhantes e vistosos,

Afiguram-se a papagaios fastosos,

Que repetem algumas gracinhas,

E distraem com suas garochinhas.

 

 

 

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