quarta-feira, 21 de julho de 2021

BOTÕEZINHOS VERMELHOS

 

 

Abaixo das vistosas mitras,

Similares a famintas clitras,

Seguem botões vermelhos,

Feitos movediços artelhos.

 

Identificam a precedência,

De elevada benemerência,

Da airosidade e admiração,

Decorrente da sua função.

 

O ornamento do seu visual,

De um vetusto referencial,

Parece insinuar a novidade,

De inusitada religiosidade.

 

Como os figurinos teatrais,

Dos multicoloridos visuais,

Sob seu aparato religioso,

Esperam ser dom dadivoso.

 

A lídima hipocrisia funcional,

Simula um clima exponencial,

Do ornamento dos adereços,

Para os aguardados apreços.

 

Supõem notícia e comentário,

Como aparência de signatário,

E como fashion a moda brega,

Para a sua suposta palabrega.

 

Sob os paramentos litúrgicos,

Revestidos de ares telúrgicos,

E sob vistosos panos e fumaça,

Enaltecem sua própria chalaça.

 

Presumidos exemplares em tudo,

Oferecem bom alento topetudo,

Ao repetir nas velhas orientações,

Como as novidades aos borbotões.

 

Na volta aos botões vermelhos,

Falam mais que bons conselhos,

A obstinados jovens carreiristas,

Já fixos nas insígnias integristas.

 

Sob a fixidez na colorida roupa,

Enrijecem a aguerrida choupa,

Deste clericalismo decadente,

Que se move pelo precedente.

 

Numa falsa moral de obrigações,

Denigrem as suas reais funções,

E na pompa da veste glamurosa,

Ostentam uma vida melindrosa.

 

 

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