Quando o sofrimento alheio,
Não altera obcecado anseio,
Do determinismo dos lucros,
Atos solidários soam xucros.
Importa não ligar para a dor,
Nem do pobre e seu clamor,
Mas, atenção à vida pessoal,
Sem ligar para a transpessoal.
A indiferença oferece defesa,
Da tão universalizada crueza,
Que justifica apatia ante dor,
Para defender o próprio alor.
O argumento de delinquente,
Que obstaculiza agir decente,
Oferece alívio à consciência,
Para evitar condescendência.
Assim o alheio vira desumano,
Culpado pelo próprio engano,
De esperar um gesto solidário,
Para sair do seu estado erário.
Parece que pobre é merecedor,
De estar numa situação inferior,
Ou pelas razões ultra-humanas,
Ou pelas limitações doidivanas.
Na incapacidade de compaixão,
Os muros da etiqueta de paixão,
Apontam o status e precedência,
Como razões de benemerência.
Sobra indiferença apática e fria,
Que engole a ação e nada cria,
Para que outros superem a dor,
Que amealhou seu lídimo vigor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário