Enquanto a
antiga espoliava raças,
A hipermoderna
alarga desgraças,
E escraviza a
hominídia condição,
Para felicidade de
muita aquisição.
Feitos vermes
vorazes de consumo,
E induzidos para
um mesmo rumo,
Este bombardeio
de propagandas,
Engole todos nas
indicadas ondas.
Quando comprar
equivale a amor,
O objeto
materializado por clamor,
Insinua com
novidades imperdíveis,
As chances para
posses irresistíveis.
Sob a
necessidade de mais coisas,
A falta de dinheiro
para as loisas,
Obriga a esticar
horas de trabalho,
Mas, o corpo,
acaba em frangalho.
Somem tempos
mínimos e triviais,
Para lidar com
coisas bem frugais,
E esvai toda
capacidade empática,
Para negociar
com a lida enfática.
No obstinado
foco de ser mais feliz,
Homens e
mulheres em vida infeliz,
Materializam
velho círculo vicioso,
A trocar amor
por presente vistoso.
Quanto mais
conseguem abocanhar,
Tanto mais suas
forças de barganhar,
Substituem os
momentos familiares,
E alargam os prazeres
de outros ares.
A escravidão se
aguça nas exigências,
Da vida flexível,
solta de ingerências,
Sem vinculações
afetivas e familiares,
Para prestar-se a
trabalhos variáveis.
Basta somente
produzir e consumir,
E numa mórbida
incerteza subsumir,
Sem marco
espontâneo e acolhedor,
Para desandar num
rol estarrecedor.
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