quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

CONSUMIDOR TURBINADO




Na fé absoluta de ser feliz,
Sujeito pobre se contradiz,
E gasta acima do que pode,
Mas, sua decepção eclode.

Em vista dos bens duráveis,
Limita alimentos saudáveis,
E aficcionado pelos efeitos,
Frui impactos insatisfeitos.

A melhor expectativa feita,
Frustrada por mais perfeita,
Aponta melhores produtos,
E fere sonhos bem argutos.

A simples aquisição atraente,
Logo desfaz o valor eminente,
E sumido o seu valor efetivo,
Leva a novo desejo paliativo.

Aquisição da oferta sedutora,
Move na investida redentora,
A venda do sangue e do suor,
Mas deixa a saúde ainda pior.

Sem a comodidade e conforto,
Sonha com sorte e já absorto,
Vive decepção da fugacidade,
Dos desejos sem a felicidade.

Alia-se o desconforto ao meio,
Do aparentado sucesso alheio,
E morre na ansiedade esvaída,
De uma vivência desvanecida.


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