quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

EXÍLIO INTERIOR




As idosas instituições de inserção,
Sem o elã peculiar da sua função,
Cederam seu fito à desconfiança,
E tentam sobreviver sem fiança.

Os indivíduos, bem globalizados,
Movidos por sonhos glorificados,
Querem degustar suas aquisições,
E fruir suas indeléveis sensações.

Conectados com globo terrestre,
Cruzam pelo anônimo pedestre,
Sem a percepção de seus anelos,
Nem disposição por básicos elos.

O refugiado do mundo interior,
Desliga qualquer voz superior,
Que aponte felicidade altruísta,
Para transcender a lida egoísta.

Exilado na opção da autonomia,
Vive um cruel dilema de anomia,
E, sem acertar-se com o entorno,
Alarga seu subjetivo transtorno.

Incapaz de serenizar seu conflito,
Aumenta o seu causticante atrito,
De suportar a solidão consumista,
Sem alteridade que aponte pista.

Vazio com consumo desenfreado,
Submisso ao sedativo desregrado,
Perde a razão da a sua existência,
E definha na triste dependência.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>NO REINO DO PENSAMENTO ÚNICO</center>

  Velho mito indo-europeu, Tantos mundos escafedeu, Para dominar e submeter, E em tudo se intrometer.   A acepção do insubmiss...