quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

NO RUMO DA SOLEDADE




Com tanta fartura de contrariedade,
Com notícias de clara arbitrariedade,
É generalizada a condição celibatária,
Como fonte de depravação primária.

Todos rotulados no nível da anomalia,
Não se evadem da insistente mania,
Que os enquadra pelo nível de risco,
A rondar o seleto e bondoso aprisco.

Se revelar encanto por uma criança,
Já desperta suspeita e desconfiança,
E se conversar com alguma senhora,
É obcecado mulherengo de toda hora.

Ao se entreter mais com os homens,
Prefigura o vasto rol dos lobisomens,
Da homo-afetividade desmunhecada,
Em escancarada caça mancomunada.

Pior ainda se falar com adolescente,
Já perde o seu bom nome referente,
E configura a pederastia depravada,
A rondar a pureza juvenil tão ilibada.

Resta então aquela rota da soledade,
Para avaliar os olhares de severidade,
Que no distanciamento já precavido,
Integrem o sentimento desenchavido.

Da soledade eclode um vasto pendor,
Para reciprocidade de humilde fervor,
Sem perder seu peculiar modo de ser,
E a grandeza da vida a se enternecer.



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