sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

ANDAR COM A CAMA




Em meio a tanta gente que reclama,
Sob um olhar de que ninguém a ama,
Na submissão à consideração alheia,
Mendiga o carinho de quem a rodeia.

                                      Ser levado pelos outros nas andanças,
Além do enfado de pesarosas fianças,
Tende a produzir clima de indiferença,
Que agrava mais o quadro da doença.

Num gesto peculiar e único de Cristo,
O mendigo não recebeu mágico visto,
Mas um convite de andar com a cama,
Para pensar a vida como quem a ama.

A cama, como passado não integrado,
Geralmente deixa dependente legado,
De esperar que outros criem soluções,
Para as fixas e frustradas impressões.

Se uma atenção humanitária é valiosa,
Para persuadir uma inovação preciosa,
Não carece de ação pomposa e mágica,
Mas do rumo que muda a visão trágica.

A cura resultante do andar com a cama,
Integra paralisias de quem pouco ama,
E aumenta, lenta e progressivamente,
O bem-estar na organização da mente.

A margem da socialização paralisante,
É geradora do descarte marginalizante,
Mas, andar com a cama no rol da vida,
Dissemina a rica singeleza enternecida.







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