Distantes da típica
ancestralidade,
E da marca cultural da
antiguidade,
Os novos mandingueiros
religiosos,
Sabem explorar fatos
miraculosos.
Sob o transe produzido e
cultivado,
Veem cura e milagre por
todo lado,
Mas diluem o ar da velha
feitiçaria,
Sem vínculo algum com a
bruxaria.
As proclamadas curas e
libertações,
Tão simpáticas a sofridos
corações,
Ruborizam as mui exaltadas
faces,
De pregadores fanáticos e
rapaces.
Na nova hierarquização de
poderes,
Repetem obsoletos apelos e
dizeres,
Para o estado de transe
propagar-se,
E eles, em sua grandeza
inebriar-se.
O abuso dos instrumentos
musicais,
Para canções agressivas e
infernais,
Cria um efeito hipnótico
favorável,
Que desencadeia prodígio
inefável.
Palavras cadenciadas e alucinantes,
Berradas como melodias
cantantes,
Impõem ordem autoritária de
cura,
Na hipnótica e dissuadida
diabrura.
Falam, então, dos recados
especiais,
Auferidos pelas instâncias
celestiais,
Que lhes informam dados
secretos,
Para produzirem efeitos prediletos.
Mandingados pela própria
grandeza,
Exalam um arrogante ar de
nobreza,
Pelos seus especiais
poderes de cura,
Mas que atrelam viventes na
secura.
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