Estranha a nossa condição,
Que vive uma ostentação,
De belo muxoxo e carinho,
Mas bate o braço daninho.
Esnobe das muitas carícias,
Como as altaneiras delícias,
Esvai-se como vento veloz,
E revela um coração atroz.
Resta a amargura intrigada,
Que engole a hora furtada,
Em que o efetivo amplexo,
Já não nutre o belo reflexo.
Fica apenas a raiva contida,
De uma expectativa traída,
E de mais um ensejo levado,
Para um outro bem amado.
Dos beijos do intenso amor,
Sobrou só amargo dissabor,
Do rápido acalanto esvaído,
E já naquele ato preterido.
Sobra somente a dura sina,
De pensar tal cena cretina,
Que levou a fruição amada,
De maneira tão desalmada.
A reminiscência abominável,
Enche na paciência amável,
A inquietude desta escuta,
Sem alguma direção arguta.
O que poderia eu apontar,
Para tal mágoa afugentar?
Somente sei recomendar,
Que novo ardor vai andar.
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