Uma antiga característica,
Tornou-se a nova mística,
Que fez do pecado abjeto,
A virtude do agir correto.
Das restrições e censuras,
Com os alertas e mesuras,
Tudo em assunto afetivo,
Indicava limite definitivo.
Do corpo dessacralizado,
Veio um vigoroso legado:
Tudo é permitido e lícito,
E em sexo tudo é solícito.
Na nova escola libertina,
Um dado vital se ensina:
Cabe escolher o gênero,
Mesmo sendo efêmero.
O foco da boa adoração,
É o corpo em exposição,
Para ser usado e fruído,
E evitar ficar preterido.
No pico da libertinagem,
Ausenta-se a sacanagem,
Pois tudo o que dá prazer,
Serve para se comprazer.
Importa desfrute intenso,
Captado num rol imenso,
Pois o outro corpo objeto,
Logo vira um artigo abjeto.
Descartabilidade constante,
Reduz o amor a irrelevante,
E o respeito à coisa
passada,
Ao lado da conduta ilibada.
No aviltamento às pessoas,
As coisas somente são boas,
Se factíveis para a
vantagem,
Dos afoitos da
libertinagem.
Amor e respeito à
alteridade,
Também revelam à saciedade:
Nem tudo o que é permitido,
Serve ao amor comprometido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário