Na curiosa organização
humana,
Alardeia-se embate ao que
profana,
A nobreza dos atos festivos
de ordem,
Para dissuadir tudo quanto
é desordem.
Enquanto alguns elevam o
sagrado,
E outros, fitam o governo
implantado,
Sobra ao povão pobre o
evento profano,
Que enaltece a desordem do viver
insano.
Nele tudo é sagrado e muito
religioso,
Pois vive do sofrido
diuturno desditoso,
E o solta à fantasia da reinança
poderosa,
Como se participasse desta
elite grandiosa.
Ali já não servem uniformes
e camisetas,
Mas a afirmação do corpo
das duras tretas,
Que faz da exposição da
pele nua um aparato,
Para escancarar falsas
etiquetas de povo cordato.
Sem as solenes rezas e os
enfadonhos discursos,
Expressa na dança e no
canto os melhores recursos,
Para afirmar a existência
da condição social combalida,
Perante um capitalismo
obcecado que os deixa nesta lida.
Longe do superávit das
contas para honrar pendências,
Importa o lucro da
sensualidade e suas fortes tendências,
Contra os rigores metódicos
que priorizam lucros e dividendos,
Mas alardeiam pelo mundo
afora os desequilíbrios mais horrendos.
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