segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

EVENTOS DA DESORDEM



Na curiosa organização humana,
Alardeia-se embate ao que profana,
A nobreza dos atos festivos de ordem,
Para dissuadir tudo quanto é desordem.

Enquanto alguns elevam o sagrado,
E outros, fitam o governo implantado,
Sobra ao povão pobre o evento profano,
Que enaltece a desordem do viver insano.

Nele tudo é sagrado e muito religioso,
Pois vive do sofrido diuturno desditoso,
E o solta à fantasia da reinança poderosa,
Como se participasse desta elite grandiosa.

Ali já não servem uniformes e camisetas,
Mas a afirmação do corpo das duras tretas,
Que faz da exposição da pele nua um aparato,
Para escancarar falsas etiquetas de povo cordato.

Sem as solenes rezas e os enfadonhos discursos,
Expressa na dança e no canto os melhores recursos,
Para afirmar a existência da condição social combalida,
Perante um capitalismo obcecado que os deixa nesta lida.

Longe do superávit das contas para honrar pendências,
Importa o lucro da sensualidade e suas fortes tendências,
Contra os rigores metódicos que priorizam lucros e dividendos,
Mas alardeiam pelo mundo afora os desequilíbrios mais horrendos.





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