Da herança medieval de ser nobre,
Passou da condição de vida pobre,
Ao status de mediar e salvar almas,
Sob manifestas e afeiçoadas palmas.
Colocado num alto mundo simbólico,
Passou de antídoto de todo diabólico,
A ser um mero ornamento saudosista,
A ofuscar toda pretensão
progressista.
A veste não lhe confere qualquer
poder,
E leva seu patamar de honra a se
perder,
Na perfídia da imagem
fundamentalista,
Que sucumbe na ilusória visão
integrista.
A causa do Reino ficou em segundo
plano,
E o discipulado submergiu no ledo
engano,
Pois o afã dos divinos poderes
excepcionais,
Pouco age sobre mazelas de pobres
mortais.
Do pequeno resto que se move no
serviço,
Emerge rico clamor, pouco
encontradiço,
Da solidária ação com humano pundonor,
Para suplantar a diuturna e cotidiana dor.
Uns, engomados, de reluzente
roupagem,
Tentam repassar amalgamada mensagem,
No disfarçado interesse, mais do que
ético,
De prender as atenções ao visual
imagético.
Outros, azedos diante da massiva
cobrança,
Já perderam, há muito tempo, a
esperança,
De que o serviço em favor do Reino
Novo,
Possa propiciar algo transformador no
povo.
Poucos cultivam a primordial
sabedoria,
Para atuar, mesmo distantes da
euforia,
No árido e enfadonho processo
redentor,
E ali fruem, dos sinais, um lume
alentador.
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