Extraordinária apuração tecnológica,
Comeu tempos, certezas e espaços,
Engoliu elementar referência lógica,
E acolheu mundo de novos regaços.
Destroçou a subjetividade da
reflexão,
E enalteceu uma subjetividade
reflexa,
Não mais movida pela social conexão,
Mas pela insatisfação bem desconexa.
Já não exalta nenhuma comunidade,
Pois endeusa o narciso
individualista,
Para induzir à colossal necessidade:
De consumir como nobre conquista.
Nos moldes da constante adaptação,
Parece não haver qualquer obstáculo,
Mas na sua ausência age a esganação,
De um poder anônimo do espetáculo.
Sobram duas condições à humana lida:
Vender e comprar mercadorias,
imagens,
E consumir infinitamente e sem
medida,
Da indústria cultural as novas roupagens.
Com o inconsciente permeado por
desejos,
Além de pervertido por intensa
insatisfação,
Já não produz e nem reluz outros
lampejos,
Do que os da exibição e excesso à
exaustão.
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