quarta-feira, 13 de agosto de 2014

No marketing da mídia



Extraordinária apuração tecnológica,
Comeu tempos, certezas e espaços,
Engoliu elementar referência lógica,
E acolheu mundo de novos regaços.

Destroçou a subjetividade da reflexão,
E enalteceu uma subjetividade reflexa,
Não mais movida pela social conexão,
Mas pela insatisfação bem desconexa.

Já não exalta nenhuma comunidade,
Pois endeusa o narciso individualista,
Para induzir à colossal necessidade:
De consumir como nobre conquista.

Nos moldes da constante adaptação,
Parece não haver qualquer obstáculo,
Mas na sua ausência age a esganação,
De um poder anônimo do espetáculo.

Sobram duas condições à humana lida:
Vender e comprar mercadorias, imagens,
E consumir infinitamente e sem medida,
Da indústria cultural as novas roupagens.

Com o inconsciente permeado por desejos,
Além de pervertido por intensa insatisfação,
Já não produz e nem reluz outros lampejos,
Do que os da exibição e excesso à exaustão.


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