sábado, 25 de outubro de 2025

JUSTIFICAÇÃO DOS BONS

 


Velha tentação humana racionalizadora,

Justifica toda e qualquer ação vingadora,

Para ratificar e reafirmar toda desculpa,

De vítimas agredidas sem um mea-culpa.

 

Fácil condição de situar-se no lado bom,

Permite soltar a trela com negativo tom,

Contra toda a imperfeição na lida alheia,

E divulga-la com a ostensiva boca cheia.

 

Ao se pensarem como bons e melhores,

Críticos felinos e perspicazes dos piores,

São os exigentes, injustos e intolerantes,

E se arrostam pelos direitos mandantes.

 

Autossuficientes, e longe da compaixão,

Esmeram-se numa vistosa e altiva oração,

Para inflar o ego da auto-imagem erudita,

E dirigir-se a Deus com sua língua maldita.

 

Acostumados a oprimir e outros espoliar,

Nada possuem para doar, nem empatizar,

Porque centram seu ego aureolado e bom,

Como graça e suporte de um divino dom.

 

Com sua falsa imagem de bons e devotos,

Sequer sabem ativar os controles remotos,

Para desconfiar do modo de viver e fazer,

Sem ver a ninguém para se compadecer.

 

Como se arrogam a parcela do grupo bom,

Falam da vida alheia como celestial dom,

Que oferece os modelos do agrado divino,

Aos pobres humanos, pecadores e cretinos.

 

Como não se sentem omissos, nem falhos,

Não carecem de perdão, como frangalhos,

E se tornam imutáveis no tradicionalismo,

A assegurar-lhes o status do fisiologismo.

 

Atrapalham convivência pelo que pensam,

Pois desferem a humilhação com ofensas,

E esperam condecoração de dádiva divina,

Pela sua atitude nada altruísta, mas cretina.

 

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