quarta-feira, 15 de outubro de 2025

A ENGOLIDORA DA MEMÓRIA

 

 

Como a Covid roeu os fios da memória,

A moderna tecnologia rouba sua glória,

Submetendo os humanos às máquinas,

E deixando valores culturais em ruínas.

 

Enquanto alimentos superprocessados,

Produzem os tipos humanos obcecados,

Tecnologia de ponta na mão de doentes,

Desorienta os hominídeos já padecentes.

 

Devora todo sentido coletivo no tempo,

E rouba a razão de pacífico entretempo,

Pois, já trocou razão ética pela estética,

E busca o poder, segundo a aritmética.

 

Impõe suprema lei do tudo é permitido,

Com isso, arrosta todo humano sentido,

Interfere na política, manipula resultado,

Para impor avanço num poderoso legado.

 

Corrompe valores religiosos e os politiza,

Como se fossem a ordem divina de guiza,

Para impor os ditames da possessividade,

E arregimentar toda e qualquer sociedade.

 

Qual animal moribundo e muito fedido,

Faz a guerra de morticínio ensandecido,

Ser aclamada pelo absurdo da dominação,

Na prepotência sobre a humana condição.

 

Na velha tara humana, insiste na tirania,

Do imperialismo colonialista sem alegria,

Que deixa sofrer e morrer estupidamente,

Em nome de um deus cristão prepotente.

 

Quando mal a outros, pensado como bom,

Se torna referência para absolutizar o tom,

Manda só a animalidade perversa e bruta,

Que se esmera por leis da mortífera luta.

 

A tecnologia deslocada da função de meio,

Tornou-se fim para poderoso jogo de enleio,

E deixa os humanos sem sentido no mundo,

Desorientados por convencimento iracundo.

 

À tecnologia, nada importa nossa natureza,

Mas suga última gota de sangue com crueza,

E, último litro de petróleo do nosso subsolo,

Precisa satisfazer psiquismo doentio o tolo.

 

Sobra imensa massa humana sem história,

Já desprovida da lídima raiz e da memória,

Angustiada pelo imprevisível do seu porvir,

Sem capacidade mobilizadora para intervir.

 

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